Ellen Vasconcellos.
O despertador mal havia tocado, e eu já estava de pé.
Me vesti no automático — calça jeans, blusa de lã, tênis confortáveis — e amarrei o cabelo de qualquer jeito, sem me olhar no espelho. Me sentia estranha desde o jantar da noite anterior. O toque da mão de Ethan ainda estava na minha pele. Parecia ter sido gravado em mim.
Mas eu não tinha tempo pra pensar nisso agora.
Peguei minha mochila, pronta para sair, quando o celular vibrou.
Número desconhecido.
— Alô? — atendi, meio hesitante.
— Senhorita Ellen? Aqui é do Hospital São Lucas. Sua mãe, a senhora Helena, apresentou uma piora no quadro clínico durante a madrugada. Precisamos de um acompanhante imediato.
Eu travei, minha garganta secou e eu pensei que iria cair para trás.
— Eu... eu já estou indo! — foi tudo o que consegui dizer.
Corri até meu carro, e dirigi pelas ruas da cidade como se minha vida dependesse daquilo.
O caminho até o hospital pareceu durar uma eternidade. As luzes vermelhas, os carros lentos,