— Você me ajuda com isso? Estou cansada de criar vida dentro de mim... — brinco.Loren ri, pega o controle da televisão para desligá-la, em seguida me pega em seus braços. Ele me carrega no estilo princesa para me levar ao meu quarto, esse que compartilhamos nestas noites, de forma romântica. Mas, esta noite quero mais, quando ele me deita na cama, volto a beijá-lo com mais intensidade. Loren afasta seu rosto de mim.— O que... você está fazendo?— Como assim o que estou fazendo? Os hormônios da gravidez estão me deixando mal... quero você para o que já deve adivinhar... — digo beijando seu pescoço agora.É como se Loren estivesse se contendo com todas as suas forças. O que não compreendo. Se me disse que cancelaria o casamento, somos um casal e esperamos um filho juntos. O que mais? Ele me separa suavemente dele.— Não quero me aproveitar de você neste estado... — confessa.Olho para ele com seriedade, depois não consigo evitar rir como se não houvesse amanhã.— Não é engraçado, Sara,
Isso é mais que interessante, diria que é extremamente bizarro. Jesus e Emma estão sentados em um extremo, e no outro estamos Lorenzo e eu. O silêncio é revelador, assim como é nossa postura. Posso dizer em favor do lado feminino que Emma e eu estamos mais desconfortáveis que qualquer outra coisa, enquanto o lado masculino tem tudo a perder nesta ocasião, esses dois estão se olhando de muito, muito mau humor.Como ninguém quer falar, temo que serei eu quem terá que quebrar o gelo, para descobrir para que esses dois pombinhos vieram juntos. Porque dei esses dias livres a Jesus, não é como se eu o tivesse chamado para trabalhar hoje.— E então? Qual é o tema principal da reunião de hoje? — digo tentando sorrir.— Bem... principalmente é... como você, Lorenzo, cancelará de maneira oficial nosso compromisso e casamento — menciona Emma com algum temor.Adoro que ambos os casais tenhamos chegado a um consenso tácito sem ter que discuti-lo. Ao mesmo tempo que incentivei Jesus a se perder com
—Sei disso melhor que ninguém, mas já tenho o bastante com sair das sombras da minha própria mãe e te proteger, e ao nosso filho, nesse processo — ele explica, tocando minha cintura — Você mesma não me pediu para mandar tudo à merda e fazer o que eu quisesse agora que provavelmente sou o principal herdeiro do meu pai? É isso que eu quero fazer.—Sim… eu pedi. Mas que mandasse a sua mãe manipuladora à merda, ou os seus irmãos desconfiados. Não que você colocasse Jesus ou… Emma em risco de morte.—Eu não vou colocar ninguém em risco. Esse casamento é um acordo entre o Mauro e meus pais, não comigo. De jeito nenhum aquele cara vai me obrigar a casar com a filha dele, não comigo, como cabeça da minha família.—Eu sei…—Você parece não saber, por que você se importa tanto com o destino desse tal de Jesus? — ele menciona, com ciúmes na voz.Me surpreendo com isso.—O que foi isso? — pergunto, intrigada.—O que o quê? — Lorenzo vira o rosto, de mau humor.Rio e envolvo meus braços em seu pesc
Narrado por Lorenzo LewisMinha vida na última semana foi uma montanha-russa da qual eu quero descer o mais rápido possível. Ainda assim, esse desejo meu é pouco provável de se realizar no momento. Desde a declaração de guerra dos meus irmãos, à morte do meu pai, até a minha reconciliação com Sara e a notícia mais maravilhosa que já recebi. Subi ao céu ao ouvi-la dizer que me amava e saber que teríamos um filho juntos.Tristemente, o resto da minha família se encarregou de me puxar pelos pés e me devolver ao inferno. Só o inferno pode ser o lugar onde estou. A mesa da minha sala está repleta de documentação dos últimos dois anos das empresas do meu falecido pai. Já se passaram umas 12 ou 13 horas em que estou mergulhado na informação contida nelas.Não é nada animador ou tranquilizador, como a pitada de otimismo que me restava insistia em acreditar. Temo que seja o contrário. Consegui finalmente acessar os recantos das finanças dele porque Lorenzo, antes de falecer, me cedeu o seu lug
—Uma pedra no caminho? Isso é para você — responde altiva.—A única pedra no meu caminho é você, Victoria. Sempre foi e continua sendo, mesmo depois da morte do meu pai. Você é a origem de todos os meus problemas, e o mais doloroso é que você finge não saber…Consigo uma reação estranha em Victoria, ela dá um passo para trás e começa a piscar com muita velocidade. Esforça-se para não mover as feições do rosto além dos olhos. Vira as costas rapidamente enquanto sai.—Não se atrase — pede antes de ir embora.Suspiro, é tudo o que posso fazer.…Não sei o que é pior: ter que descobrir o que meu pai e Mauro tramaram, já que não há registros acessíveis a mim; ou fingir que quero estar nesse jantar. É na casa de Mauro, e a frieza no ambiente entre todos os presentes é palpável.Tenho Emma ao meu lado, nossas mães à nossa frente e Mauro à cabeceira da mesa. A conversa se desenvolveu como costumava acontecer nessas reuniões, com nossas mães falando com mais entusiasmo sobre o suposto casament
—Queria principalmente confirmar a honestidade da minha filha. Nestes tempos, o valor da honestidade para um pai se perdeu…—Talvez o que se perdeu seja a confiança dos pais nos filhos — respondo, sentando-me perto dele. Ele sorri.—Você conhecerá a importância de manter sua família em ordem. Sua esposa e filhos. Parte disso consiste em remover as más influências que possam prejudicar a dinâmica familiar — explica.—Se fosse mais direto, poderíamos economizar muito tempo…—Notei que uma amiga sua contratou um dos meus ex-funcionários — informa ele.—Tenho muitas amizades, e você muitos ex-funcionários — sorrio calmamente, fingindo que não sei a que ele se refere.—Jesus, esse é o nome dele. Um garoto insignificante que traiu minha confiança e não merece nenhuma demonstração dela. É um perdedor de pouca monta que, infelizmente, conseguiu… enganar minha pobre filha na adolescência.—Independentemente do que aconteceu entre eles, por que isso deveria importar agora?—Porque gente da class
Nosso plano para derrubar Mauro e Victoria era arriscado, mas eu o considerava apropriado. Os quatro teríamos que fazer a parte que nos cabia, localizar e atacar seus pontos fracos. Internamente, isso cabia a Loren e Emma; externamente, a mim e a Jesus.O próprio Jesus, que está chegando apressado na entrada da mansão Brown. Tenho no braço minha bolsa com meu laptop e outras coisas do trabalho; acabara de chegar e estava esperando por ele para subir ao escritório do meu tio.—Espero que o atraso seja justificado. O que você descobriu sobre Mauro? — pergunto com um sorriso.—Desculpe o atraso, senhorita Sara — ele respira ofegante — Tenho medo de lhe responder, decepções, isso foi o que mais consegui.—Não pode ser — mordo o lábio — Quais decepções? Me explique direito.Jesus olha ao redor da sala, mas além de um ou outro funcionário passando, não há ninguém que possa nos ouvir. A mansão Brown era um ecossistema em si, fluía sem parar de funcionar, acontecesse o que acontecesse. Aqueles
Jesus me olha de soslaio, eu olho para ele de soslaio. Depois, ambos olhamos para meu tio procurando uma desculpa.—Bom, tio… veja… duvido que esse seja seu quintal com sua… com sua condição atual…—Que condição atual? — pergunta ofendido.A condição atual do meu tio se revela com os passos que ouvimos se aproximando. Lá vêm do jardim Leonora, Lucero e Layla. As três filhas do meu tio estão vestidas de princesas, mas seus vestidos estão sujos de terra, e Leonora tem… tem uma máscara do Homem-Aranha. As duas menores vão se pendurar nas pernas do pai.—Papai! Quero sorvete! — diz Lucero.Layla, do nada, começa a morder a manga do suéter dele. Meu tio tenta acalmá-las, ou aparentar que consegue acalmá-las na nossa frente. As filhas do meu tio eram… demais. E eram três. A única que me nota é Leonora, que para perto de mim.—Adivinha quem eu sou — diz Leonora com a máscara e as mãos na cintura, igual ao pai.—Não tenho a menor ideia. Se você me desse uma dica… eu poderia descobrir… — minto,