110. Decisões inesperadas
Elena Evans.
Após a reunião do conselho, entrei no banheiro para tomar um banho e quem sabe tirar aquele ar impregnado de mim. Prendo meus cabelos em um rabo de cavalo,simples e modesto, enquanto abro o chuveiro e deixo a água cair.
Me recosto no box enquanto eu respiro fundo. Ainda não consigo tirar a imagem daquele homem morrendo pelas minhas mãos. Sei que sou uma loba, não sou mais humana. Mas mesmo assim, nada disso parece se tornar mais fácil.
Apoio meu corpo na parede fria enquanto a água desce pelas minhas costas, como se isso pudesse me reconfortar de alguma maneira.
A recordação de mim, com a minha mãe, falando que no dia do meu casamento ela estaria lá, e que eu seria a noiva mais bonita do mundo, e que daria dois netos para ela, me atinge como um murro no estômago.
Ela não estava aqui nesse dia. Mesmo que fosse um casamento de fachada.
E eu nunca poderei dar dois netos para ela…
Tudo me consumia. A dor, a raiva, o medo, a maternidade.
Sempre achei que ser uma humana era co