Bianca Almeida
Estamos no hospital. Bem, antes o hospital do que a delegacia. A mãe do Fernandinho surtou quando a Lilia deu um soco no olho do seu filho, então precisei agir. Fingir tropeça na calça e cai batendo o braço no chão sem dar um grito bem exagerado. Pedro acordou em um segundo e veio até mim desesperado, nunca vir esse menino tão desestabilizado. Lilia pareceu, o motorista também e logo um monte de gente. Virei a palhaça no final de treno? Sim, mas evitei uma discussão com a mãe do Fernandinho.
— Você não deveria ter feito…
— Te ajudei bobão! — Lilia estava irritadíssima, nunca a vi assim.
— Olha a boca. — Corrijo-a.
Estou com o braço todo arranhado e meu tornozelo doendo. Meus cálculos foram piores do que o imaginado e me machuquei muito.
— Que vergonha! — Pedro passa a mão pelo rosto de um jeito dramático. — Que vergonha! Fui defendido pela minha irmã mais nova, CINCO ANOS e tenho uma babá maluca.
— Ei! — Me senti ofendida.
— Mal-agradecido. — Lilia cruza os seus braços