Certamente, a família da menina já devia ter procurado inúmeros especialistas em cirurgia cardíaca. O fato de a condição dela ter se arrastado até agora deixava claro que ninguém tinha coragem de assumir a responsabilidade de operar.
— Já enviei tudo para o seu e-mail! Quando tiver tempo, dê uma olhada, tá? — Disse a mulher do outro lado da linha, encerrando a ligação sem esperar resposta.
Clarice ficou segurando o celular, sentindo um aperto no coração.
Uma menina de três anos, da mesma idade que Lorenzo, mas já enfrentando algo tão cruel como uma doença no coração. Era de partir o coração.
— Mamãe, está tudo bem? — Lorenzo colocou a colher na mesa e segurou a mão dela com seus dedinhos, preocupado, enquanto sua voz doce soava como música.
Clarice balançou a cabeça, tentando disfarçar.
— Está tudo bem, meu amor.
Mas, por dentro, ela não conseguia parar de pensar na menina. Tão pequena, mas já conhecendo as dificuldades e o sofrimento do mundo.
— Ah, tá bom! — Lorenzo a