Antônio olhou para Ana e, de repente, perguntou:
— Por que você odeia tanto a Clarice?
Ele tinha visto claramente o momento em que Ana mordeu Clarice. Ela usou toda a força, sem hesitação.
Clarice era filha dela, que ela havia carregado no ventre por nove meses. Como uma mãe podia odiar tanto sua própria filha?
A expressão de Ana mudou por um momento, mas logo voltou ao normal.
— Ela perdeu Beatriz de propósito. Desde pequena, ela já tinha um coração cruel. Com uma filha assim, eu deveria gostar dela? É claro que não.
Antônio ficou desconcertado com a resposta dela. Sua expressão parecia culpada, mas ele tentou disfarçar.
— Só fiz uma pergunta à toa. Para que exagerar tanto?
Sua voz saiu mais alta do que o normal, denunciando seu nervosismo.
— Antônio, a pergunta que eu te fiz antes você ainda não respondeu! Para de se fazer de desentendido! — Ana gritou, irritada.
Antônio sempre soube que Ana não era uma mulher dócil, muito menos fácil de lidar. No passado, ele até