Foi só quando Amara voltou que Lenno Bráz conseguiu finalmente respirar em paz.
— Por que você demorou tanto? — resmungou, impaciente. — Achei que tivesse caído dentro do vaso sanitário!
Amara caiu no sofá, exausta, ainda com os olhos marcados pelo susto.
— Pior que isso. Eu caí na toca de um lobo.
Lenno franziu o cenho.
— O que quer dizer com isso?
— Entrei na sala errada — respondeu ela, com um sorriso nervoso. — Estava cheia de figurões da cidade. Um gordo desprezível me agarrou, tentando me obrigar a beber com ele.
O sangue de Lenno ferveu. Seus olhos se estreitaram.
— E como você saiu de lá?
Amara ergueu o queixo, triunfante.
— Tive sorte. Encontrei o chefe dos figurões.
Lenno sentiu o coração apertar.
— Não me diga que era… o Pitter.
Ela estalou os dedos, confirmando.
— Exatamente! Ele apareceu na hora certa, me salvou e ainda me trouxe de volta.
Lenno ficou em silêncio. Conhecia bem Pitter: um homem frio, impenetrável, quase sem emoções. Difícil acreditar que fosse o mesm