— Pitter, o que está acontecendo com Théo? — perguntou sua mãe, com a voz tomada por preocupação. — Por que ele está com essa expressão vazia?

Ela aguardava ansiosamente qualquer nova reação do neto, mas ele permanecia em completo silêncio, os olhos vagando sem foco. Aquela ausência de resposta doía.

O velho mestre franziu a testa, tentando conter a inquietação:

— Expressão vazia? Ora… ele acabou de sair de uma febre alta. É normal que demore um pouco para reagir. Não se precipite.

Mas nem ele próprio acreditava nas palavras que dizia. A verdade era que o temor crescia em seu peito — e se a febre prolongada tivesse afetado a mente de Théo? E se ele nunca mais falasse?

O doutor também observava atentamente, o cenho franzido. Algo naquele silêncio lhe parecia… incomum.

Amara, por sua vez, tentava manter-se neutra. Ela sabia, melhor do que ninguém, que o pequeno estava bem. Haviam brincado há pouco e Théo parecia tão vivo… Mas na frente de Madalena e do velho mestre, ela se sentia acuada