Saí do hotel, peguei o ônibus e corri até o restaurante onde fazia bico na hora do almoço.
Coloquei o uniforme de garçonete, lavei as mãos e o rosto e fui atender os clientes.
Esse era o trabalho que eu menos gostava porque os caras acham que só porque visto um uniforme de saia significa que eu estou querendo dar para eles.
Estava entregando o hambúrguer de uma cliente quando um cara assobiou para mim e disse:
- Depois venha pegar o meu pedido, gracinha...
Suspirei desanimada. Se eu não precisasse do dinheiro eu abandonaria esse lugar sem nem pensar duas vezes.
Fui até o cara e ele pediu um cachorro quente sem purê, uma coca cola zero e a minha buceta para levar para a hora do jantar.
No início eu ficava chocada em como eles falavam isso sem rodeios, mas agora nada mais me impressionava.
Quando entreguei o troco para o último cliente respirei fundo, corri para a cozinha, esquentei a minha marmita e comi apressadamente.
Peguei a minha mochila e saí correndo para pegar o ônibus das cinco para conseguir chegar no bar às sete.
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O bar é de onde eu tiro a maior parte do meu dinheiro, como os clientes são de classe alta normalmente estão acompanhados e, mesmo quando estão sozinhos, eles me respeitam.
Servi o último drink da noite e estava me preparando para ir embora quando o meu chefe me chamou.
Entrei na sala dele e vi mais quatro garçons, então olhei para o homem de meia idade que comanda o lugar.