96. Beijo e confusão
Enquanto estava ao lado dele, Clara não pôde deixar de se sentir confusa e magoada com o beijo desesperado que Heinst lhe dera. O ato havia sido inesperado e carregado de uma urgência que a surpreendeu. Clara, ainda processando a intensidade daquele momento, se viu examinando os sentimentos que o beijo havia desencadeado nela.
Gentilmente, ela se inclinou sobre a cama e começou a tirar os sapatos de Heinst, certificando-se de que ele estava confortável para descansar. Cada movimento de Clara era cuidadoso e atencioso, tentando não perturbar a tranquilidade do sono de seu marido. Enquanto cuidava dele, seus pensamentos voltavam ao beijo, ao calor que sentira, ao desespero nos lábios de Heinst.
Com um suspiro, Clara sentou-se na beirada da cama, com os dedos pousados em seus próprios lábios, ainda sentindo o eco do beijo. Ela ficou ali, em silêncio, contemplando o tumulto de emoções que o contato havia provocado nela. Era como se o beijo tivesse desenterrado algo profundo dentro dela, u