E realmente Betty sabia, conhecia pessoas como Rafael, foi de um lugar cheio delas que o pai tinha tirado a menina.
Ela se lembrava com exatidão de cada detalhe, mesmo que a história tivesse ficado em um passado que as vezes se confundia com pesadelos.
Endi abaixou um pouco e repetiu para a irmãzinha o que sempre dizia quando Bethanny estava com medo do escuro.
— Até ele tem medo de mim. Eu te amo, docinho.
— Eu não gosto dele, Endi.
O capo abaixou ainda mais, estava em uma corda bamba, ou equilibrava o jogo ou perdia mais do que podia.
— Às vezes um marinheiro joga a carga no mar para salvar o barco que a transporta.
Ela apertou os lábios, tinha se aproximado para matar o mexicano, ainda não sabia o peso de uma guerra, mas conhecia as batalhas que não queria lutar.
Endi sabia disso, os passos lentos da irmã, a perna direita mantida na frente para fornecer o equilíbrio, o olhar focado.
Sentia orgulho dela, de cada um daqueles detalhes.
Um pouco distante dali, Lis chamou o filho e como