Capítulo 1: Ter Sorte

O Pugilismo é um ato antinatural, tudo nele é às avessas. Algumas vezes é melhor recuar antes de tentar acertar um soco, mas se recuar demais pode acabar perdendo. 

As pessoas costumam gostar de violência, descem de seus carros para ver se a corpos em um acidente, muitas delas adoram boxe mas não tem ideia de realmente como é isso. 

Boxe tem a ver com respeito, conquistar para si tirando do outro cara. A quem diga que o mais importante em um lutador é ter coração. 

Eu digo: "mostre a mim um lutador que só tem coração, e eu te mostrarei um homem pronto para apanhar". 

Conheci apenas um homem que foi só coração, que lutou com a serenidade e alma de samurai. Venceu vários campeonatos inclusive mundiais, era o rei dos ringues em sua categoria.

Este homem é: Jung Jongun! Meu boxing coach ou treinador como é popularmente dito. Meu homem. Temos um relacionamento sério a quase 10 anos, posso garantir o que afirmo. 

Desde de quando era apenas um menino e graças a meu pai, em meu coração nasceu o amor ao pugilismo, que tradicionalmente é um tipo de luta que tem como principal característica o combate "homem a homem". 

Em meu ponto de vista sou só mais um pugilista comum com sonhos e anseios acerca do esporte. Porém, ao que parece o simples fato de ser homossexual, faz com que não esteja apto para este mundo. 

Pelo menos é isso é o que a sociedade tenta impor. Afinal, boxe é coisa de "homem", não sei quando deixei de ser um. Independente de qualquer coisa, de cima do ringue provarei a todos que posso sim, ser o melhor.

Uma luta pode ser ganha pela quantidade de rounds vencidos ou por nocaute, que não difere da vida é preciso vencer todas as etapas, degrau por degrau, um passo de cada vez, a não ser que consiga o K.O no início do desafio.

O que não é fácil e nem deve ser a primeira opção a se fazer. 

Meu treino incessante não é apenas para não ser nocauteado nos ringues, mas também na vida para vencer a cada desafio, tanto pessoal quanto profissional. Cada etapa vencida serve para me fazer melhor, mais rápido, mais forte. 

Esse é meu mantra: trabalhar, conseguir, fazer. Nos torna rápidos, melhores e fortes. Mais do que nunca hora após hora, o trabalho nunca acaba. 

Quem trabalha mais do que eu? Não existe um atleta mais dedicado que eu. Ao esporte dedico sangue, suor e lágrimas, fodam-se os lutadores! Nenhum trabalha mais duro que eu, não há um atleta que domine o jogo como eu. 

Não podem me segurar pois sabem que sou um vencedor, escolhendo descer para o abismo escuro, a sombra se assemelha a mim. É a sombra que está tremendo ou são meus pés que estão? Claro que tenho medo, nem sempre está tudo bem, mas sei que mesmo desajeitadamente eu fluo, me encontre e vou sangrar com você.

Às 04:30 da manhã quando meu oponente está dormindo, estou trabalhando. Quando ele acorda estou treinando, não quero deixar nada no esporte, se não for para ser o melhor. 

Pensamentos inferiores, te fazem inferior. 

Estou tentando me tornar um grande pugilista, sem dúvidas você me verá no WBA em um futuro próximo. Eu realmente amo isso, tenho um vício. 

Tudo que faço é treinar 3x por dia, 5 dias na semana. Tudo o que penso é em não fazer mais nada, a não ser me tornar mais rápido e forte.  

Eu era um simples personal trainer, sou formado em educação física e trabalhei nessa área por pouco mais de um ano, até ver que isso definitivamente não era para mim. 

Se não treinar várias vezes ao dia, não chegarei a lugar nenhum, percebi que tenho talento, dedicação e amor o suficiente pelo esporte. 

Então esse foi o momento em que decidi largar meu emprego e perseguir meu sonho, é isso que estou fazendo basicamente com a ajuda de meu técnico. 

Meu sonho é ser campeão do mundo meio médio no boxe, ter mais dinheiro do que gasto, dar uma vida melhor aos meus. Tenho isso em mente, estou em busca das minhas próprias conquistas. 

Meu sonho é ser o número 1. 

Não sei ao certo que palavras usar para descrever tudo que anseio, treino tanto meu técnico me acompanha, estarei lá. Tenho a confiança necessária, chegarei lá. 

Assim como ele chegou um dia antes de um acidente, interromper sua carreira como boxeador.

Tenho habilidade e dedicação, tudo isso é algo que quero muito, vai acontecer, tem que acontecer, sou capacitado para isso estou convicto.

Tenho chegado longe demais

para deixar de ser quem sou, se a sociedade me chama de marica saibam que estão certos. Então vamos elevar o nível e erguer nossos copos às estrelas, ficar acordados a noite toda até o sol raiar.

Ficamos acordados a noite toda para conseguir algo, muitos ficam acordados a noite toda para se divertir, eu fico acordado a noite toda para me dar bem.

Não me importo com o que as pessoas têm a dizer a meu respeito, realmente não ligo. Pois eu, Park Jihoon, gay e asiático chegarei muito longe, nem que pra isso seja apenas 1 contra todos.

Ninguém quer perder para um cara que usa lápis de olho nas lutas, tem uma tatuagem de unicórnio e dorme com outro homem. Porém, me tendo como oponente é exatamente o que vai acontecer. 

O trabalho nunca acaba, pois faço isso porque tenho que me mover, a única coisa que sei fazer é trabalhar e jogar duro. Continuo trabalhando como se fosse uma diversão, de certa forma é mesmo.

Trabalhar duro melhora, fazer rápido fortalece. 

Parece algo exagerado ou exaustivo, entretanto se não pensar assim. Jamais poderei ser o pugilista que desejo ser, e chegar onde quero chegar. 

Aquilo que não me mata pode apenas me tornar mais forte, por isso, não vou parar enquanto não for campeão mundial e conquistar o cinturão da WBC entre outras federações. No que depender da parceria Park e Jung, esse combate já está ganho.

— Amor, preciso que encontre a distância perfeita entre seus pés para dar à sua postura melhor equilíbrio, força, mobilidade e eficiência — meu treinador explica afastando as pernas para firmar seus pés demonstrando o que devo fazer.

— E o quanto elas devem ficar separadas? — pergunto entediado sem evitar revirar os olhos, também separando meus pés. 

— Na largura dos ombros, vamos! Sem fazer corpo mole. Você não chegará no mundial vencendo apenas os regionais, foco Jihoon! 

— Querido? Você sabe mais que ninguém que preciso de apenas um round para nocautear meu oponente, além do mais, sou campeão estadual. Já passamos dessa fase, assim? — digo me referindo a minha nova postura. 

— Ãã, muito longe! Agora perto demais! Muito longe Jihoon, agora tá quase... — bufei e tentei corrigir a postura mais uma vez. — Perfeito! 

— Finalmente! — digo e então, volto a investir com socos no saco de boxe. 

— Sobre o que você disse a pouco, conheço muito bem suas capacidades, sei que você pode fazer isso, mas se continuar com K.O no início da luta, em breve não terá com quem lutar. Nenhum empresário quer arriscar seu lutador, precisamos desse nacional senhor campeão estadual. 

— Tá no papo! — digo sem olhar pra ele, concentrado em meus socos. 

— Proteja o queixo Jihoon, dê um direto... agora cruzado, muito bem amor é isso aí! Já chega por hoje, vamos para casa. 

— Ah não! só mais um pouquinho — falei deixando o saco de lado, para me aproximar e tocar seus ombros, para quem sabe convencê-lo a mudar de ideia.

— Nem pensar, você está cansado e com fome que eu sei — rebateu me puxando pela cintura, para dar um selar casto em meus lábios. — Ah! você está fedendo.

Seu comentário faz com que eu me separe de seus braços e levante os meus para sentir meu odor. 

— Eca você venceu, vamos! — decido ao confirmar sua afirmação, ele sorriu. 

— Tomara que você consiga ser patrocinado por uma marca de desodorante — implicou. — Ai Jihoon! — resmungou ao receber um soco no peito. — Você está de luva.

— Agradeça por não ter sido na cabeça, — digo me desprendendo das luvas. — vou pro vestiário tomar uma ducha. Já volto bebê, te amo. 

Cansado, sem mais delongas me encaminho para o vestiário. Aqui dentro vou até o armário para pegar uma toalha e deixar minhas roupas, por último retiro minha cueca e guardo também. 

Deixo a toalha junto de uma nova peça de roupa em cima do banco aqui presente, o fato de estarmos sozinhos na academia faz com que eu me sinta mais à vontade. 

Tudo pronto para meu mais que merecido banho, após horas de treino é o que anseio. Porém, não me importaria em ter treinado mais. 

Outrossim, Jongun como treinador e profissional sempre encoraja a não exceder os limites do meu próprio corpo. Além disso, o esforço extra corre o risco de machucar você.

Agora totalmente livre de qualquer cobertura e apenas usando chinelos, me encontro embaixo da ducha sentindo a água percorrer por todo meu corpo, este é um dos momentos aos quais após o treino sinto meus músculos começarem a relaxar. 

Não demora muito para que eu sinta um corpo grande e nú me abraçando por trás, seu toque repentino e delicado me faz arrepiar involuntariamente e notando as reações do meu corpo, Jongun desliza sua mão pelo meu abdômen.

Rendido joguei a cabeça para trás sentido a ponta de sua língua alcançar minha orelha, suas mãos continuam a descer até chegar no meu pênis que imediatamente começa a dar sinais de que pode despertar. Jung inicia uma massagem lenta para então me empurrar contra a parede.  

— O que faz aqui, não sabe que este é um local de trabalho? — me faço de difícil mas contradigo minhas palavras jogando meu quadril pra trás de encontro com seu falo duro, enquanto me delicio das sensações que seus toques me trazem.

— Estamos a sós e por acaso somos os donos daqui, tipo sócios ou então sou o chefe e você meu funcionário — respondeu deixando as mãos livres para me dar um tapa na nádega. — já faz tanto tempo amor estou com saudades, você tem treinado demais dê um pouco de você para seu homem — dramatizou deslizando as mãos pelas laterais do meu corpo, safado. Absorto apoio minhas mãos na parede, Jongun empurra o quadril contra mim com força fazendo com que sua glande toque minha entrada mas sem penetrar é claro, provocando um suspiro arrastado de nós dois.

— E o que te faz pensar que vou matar sua saudade, aqui e agora? — questiono mexendo meu quadril ansioso por algum contado, sentindo meu pênis latejar. 

— O fato de você também sentir minha falta, amanhã ser nossa folga, eu ter fechado a academia e pegado o lubrificante que você guarda na sua mochila. Também porque está rebolando sedento pelo meu pau, sem mencionar que você não resiste a mim — com as mãos em meus quadris, Jongun simula estocadas. 

— Venceu de novo... sinta se a vontade para me preparar e então, me morde e me beije enquanto eu experimento a ponta dos seus dedos.

Minha resposta pareceu agradar meu amorzinho, senti seu sorriso contra minha orelha. Enquanto ele se afasta para pegar o recipiente que está no chão, tenho uma breve epifania sobre seu comentário, ele sente a minha falta me tendo ao seu lado o tempo todo. 

Sinto como se pudesse morrer de amor a qualquer momento, estou ao lado do melhor homem do mundo, ele não mentiu quando disse que tenho treinado demais e o deixado de lado. 

Eu sugeri que durante a semana tentássemos evitar relações sexuais para não ter "desgastes desnecessários", apesar de claramente descordar, Jung aceitou a proposta. 

Às vezes é impossível controlar, Jung é um homem saudável cheio de líbido. Nesses casos extremos Jongun é passivo de bom grado, para que eu não treine me sentindo desconfortável com as dores que posso vir a sentir posteriormente, ou apenas trocamos carinhos íntimos.

Nas últimas semanas tenho me empenhado muito em busca de um melhor desempenho, isso me deixa um pouco distante. Sei que tenho o melhor treinador do mundo, mas o maior esforço tem que partir de mim. 

São pequenas atitudes como as de sacrificar suas próprias vontades que fazem com que eu me sinta o homem mais amado do mundo, espero tê-lo para sempre ao meu lado pois amo cada detalhe pertencentes a ele. Desde o topo de sua cabeça até a planta de seus pés, cada pedacinho de seu corpo. 

E por falar em corpo, o dele é perfeito. Nossos corpos que a este momento usaremos por diversão estão colados mais uma vez, vamos usá-los até que cada pedacinho desapareça. 

Como o homem atencioso que Jongun é, quando se posiciona novamente nas minhas costas atende a todos os meus comandos. Neste instante me beija e morde meus ombros com carinho, enquanto com os dedos lambuzados de lubrificante, introduz lentamente em mim.

Sorrateiramente Jung usa sua mão esquerda para deslizar suavemente da minha cintura até meu braço, ao alcançá-lo contorna até tocar minha mão apoiada na parede. 

Os movimentos que a princípio estavam causando desconforto, agora dão lugar ao prazer, posso sentir minhas paredes internas massacrando seus dedos, me encontro sedento por ele e gemendo vergonhosamente. 

— Amor... Já chega eu preciso te sentir, — meu pedido saiu de forma manhosa e arrastada, pouco tempo depois. — coloca em mim!

— Está com pressa, pequeno? — busca minha orelha com a ponta da língua. — Você me quer tanto assim? 

— Me come logo Jongun — exclamei impaciente, louco de tesão sentindo a água percorrer nossos corpos. 

Jung não contestou mais, deixou as duas mãos livres para puxar o meu quadril para trás me deixando mais empinado em sua direção, para assim levar seu cacete duro até meu orifício e começar a me penetrar lentamente. 

Ao se colocar dentro de mim Jongun geme, mas não faz nenhum movimento e distribui vários beijinhos em meus ombros esperando meu corpo se acostumar com sua extensão. E com a intenção de tirar meu foco da dor, leva uma mão até meu pênis e começa uma nova masturbação. 

Só agora começa a se movimentar devagar indo e voltando dentro de mim, sempre muito atento às minhas reações. Conforme percebe que estou confortável, aumenta a velocidade gradativamente. 

Não demora muito para que eu esteja relaxado o suficiente para desfrutar de seu corpo deliciosamente. Notando meus gemidos altos, Jung larga meu membro para voltar a me segurar pelo quadril. 

Resmunguei por seu ato, o que fez com que o mesmo desse um leve sorriso rente a minha orelha. 

Me movimentei aumentando a intensidade de suas estocadas, como um pedido por mais, assim arrancando gemidos do maior e intensificando os meus, joguei a cabeça para trás escorando sobre seu ombro, assim visualizando sua expressão de prazer. 

Meu membro pulsa implorando por atenção me tirando gemidos sofridos, Jung percebe meu pedido silencioso e volta a me tocar começando com movimentos gradativos para igualar com o ritmo de suas estocadas, nossos gemidos sincronizados estão tomando todo o vestiário, vantagens em estarmos sozinhos.

Meu corpo se arrepiou completamente, logo sinto alguns espasmos, sabia que meu ápice estava se aproximando e ele não se encontrava diferente, aumentando suas investidas me deixando louco e sedento por mais. 

Não demorou muito para que ambos chegassem ao clímax quase juntos. Tendo um sorriso de satisfação no rosto, me virei de frente para lhe dar um beijo calmo, sentindo as gotículas de água nos banhar, enquanto tento estabilizar meus batimentos cardíacos.

— Eu te amo Jihoon, só não sei se você me ama — Dramatizou. 

— Você sabe quanto tempo estou a fim de você? Desde que o Prince estava afim da Appolonia, desde O.J. tem os isotoners, não haja como se eu nunca tivesse te dito.

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