A noite ficou mais densa, com o frio noturno se condensando em uma leve névoa, pairando sob os postes de luz.
- Eu não sou uma médica, eu não poderia ajudar mesmo se eu olhasse. Sr. Walter, é melhor você procurar um médico. – Disse Larissa, mantendo a calma.
Ela não quis entrar na conversa duvidosa que Walter iniciou.
Walter riu ao ver o rosto de Larissa refletido na janela do carro, às vezes claro, às vezes escuro.
Ela estava vestindo a roupa dele, o casaco era um pouco grande, acentuando ainda mais a delicadeza de seu corpo já naturalmente esguio.
Ele notou como ela estava desarrumada, com os cabelos bagunçados e a palidez no rosto persistindo, semelhante àquela noite chuvosa três anos atrás.
- Você não aprendeu a lição. – Comentou Walter.
Larissa sabia que ele estava falando dela, mas não se preocupou em aprofundar a conversa sobre o motivo.
- O que aconteceu hoje foi uma armadilha criada de propósito pela gerente Susana. – Respondeu Larissa.
- E daí? Quer que eu acerte as contas