Esther olhou para trás:
- Arrumando as malas.
- Para onde?
- Voltarei para casa. - Respondeu Esther.
- Mas aqui não é sua casa? - O tom de Marcelo ficou mais frio.
O coração de Esther ainda doeu um pouco, ela levantou o olhar para ele:
- Você acha que essa casa já foi minha? Estou desocupando o espaço para vocês.
Marcelo de repente segurou a mão dela, interrompendo o movimento de arrumar as coisas, e a voz dele veio fria:
- Até quando você vai ficar nessa birra?
Esther nem ousou levantar a cabeça, com medo de ver ele e começar a chorar. Pela primeira vez, ela afastou a mão dele com força:
- Eu não estou fazendo birra, estou falando sério, Sr. Marcelo, por favor, me deixa arrumar minhas coisas.
Ela estava tão teimosa, decidida a se divorciar, que a expressão de Marcelo ficou bem mais sombria. Com um estrondo alto, a porta se fechou.
Ouvindo o barulho, Esther levantou os olhos e só ouviu a voz grave de Marcelo:
- Qual o motivo para você querer ir embora assim?
Esther não respondeu.
Marce