Após sair da sala de piano de Lorena, Clara, a caminho do aeroporto, fez uma ligação para Ademir.— Filho, a tarefa que você me passou está resolvida! — Disse Clara. — Agora você pode ficar tranquilo. Fui até a empresa da Lorena hoje, e a garota realmente é boa. Até os alunos dela gostam dela! Como mãe, não posso deixar você na mão, tenho que garantir que consiga essa garota tão maravilhosa!Ademir suspirou profundamente e respondeu:— Agora estou tranquilo! Mãe, você realmente me ajudou muito. Lorena ficou de cabeça cheia com as confusões que meu pai fez, isso quase fez com que a gente terminasse!Clara deu uma risadinha, brincando:— Nunca imaginei que meu filho, que não tem medo de nada, acabaria passando por isso.Ademir, um tanto constrangido, respondeu:— Não brinque com isso, por favor. Mas tem mais uma coisa que eu queria pedir sua ajuda.Clara, curiosa, perguntou:— Fala, o que é?Ademir, com uma expressão séria, explicou:— O ex da Lorena está envolvido em algo criminoso, e m
A voz zombeteira de Clara se fez ouvir:— Eu sou um fantasma? Você me viu e saiu correndo? Ou será que você está com a consciência pesada?Marcelo não podia mais escapar, então parou e olhou para Clara, franzindo a testa.— O que você está fazendo aqui?— Você acha que eu queria vir? — Clara olhou para Marcelo com desdém. — Se não fosse pelo nosso filho, eu não diria uma palavra sequer para você! Com essa cara velha e essa pele grossa, só de te olhar mais um segundo, já me dá nojo!Marcelo ficou extremamente constrangido com os insultos de Clara. Com medo de que aquilo virasse uma cena e fosse humilhante, ele disse:— Vamos, saímos e conversamos lá fora.Clara deu uma risadinha sarcástica e respondeu:— Por que lá fora? Está com medo de dizer as coisas aqui e perder a vergonha?Marcelo estava visivelmente assustado, temendo que Clara soltasse algo mais comprometedor. Ele imediatamente agarrou a mão dela e começou a puxá-la para fora, ameaçando:— Este é um ambiente de trabalho! Se você
Clara olhou para Marcelo, que estava com o rosto pálido de raiva, e perguntou:— Quer que eu conte para todo mundo sobre as suas... Questões? O Salvador também é nosso velho amigo, o que acha de deixá-lo dar uma opinião?Salvador, visivelmente curioso, esfregou as mãos e olhou para Clara com uma expressão animada:— Sogra, fala logo!Marcelo, furioso, interrompeu:— O que você vai contar? — E logo depois, abaixando a voz, se aproximou de Clara e falou baixinho. — Eu te imploro, não faz mais isso. Pode falar o que quiser, eu vou fazer o que você mandar, tá bom? Não briga mais!Clara soltou uma risada fria e disse:— Sério? Vai fazer o que eu mandar?Marcelo, com uma expressão de total resignação, respondeu em voz baixa:— Sim, vou fazer o que você mandar.Clara sorriu, olhou para Salvador e falou:— Salvador, me desculpe, mas pensando bem, isso é um assunto da nossa família, não quero atrapalhar o seu trabalho. — E então, com a bolsa novamente no ombro, ela deu um olhar por cima do rost
— Chega! Ainda não sei quem você pensa que é? — Clara disse, apertando os olhos, com desprezo. — Não me venha com essas histórias! Eu não me importo, se você não devolver o Teodoro ao cargo dele, amanhã eu volto aqui. Eu não tenho vergonha, e o Salvador está esperando para saber o que o seu Sr. Marcelo tem a dizer!Marcelo olhou para Clara com um olhar fulminante, uma expressão que parecia querer matá-la, desejando que ela parasse de pressioná-lo dessa forma.Marcelo falou, palavra por palavra:— Clara, não exagere! No pior dos casos, nós morremos juntos! Se você quiser me forçar a morrer, saiba que você será a primeira a morrer!Após essas palavras, Marcelo se virou, furioso, e saiu.Clara observou sua figura se afastando, com a certeza de uma coisa. Ela tinha certeza de que Marcelo estava envolvido com Duarte. Além disso, o fato de a investigação sobre Teodoro estar afetando os interesses e a carreira de Marcelo explicava o motivo de ele estar disposto a brigar com Clara, correndo o
Depois que Ademir soltou Lorena, ambos estavam com a respiração um pouco descompassada. Com as testas coladas, Ademir acariciou o rosto de Lorena, e sua voz rouca e carregada de um tom suave e insinuante, disse:— Rena, vamos nos casar.Ademir desejava profundamente que Lorena fosse sua, e sua totalidade, pertencendo-lhe completamente. Contudo, antes do casamento, ele queria respeitar a vontade de Lorena. Somente depois de se casarem, com a aprovação tanto legal quanto moral, ele sentiria que poderiam seguir adiante, juntos.Lorena ficou surpresa ao ouvir Ademir fazer a proposta de casamento, e, ao mesmo tempo, um sentimento de nervosismo e alegria tomou conta dela.Achando que talvez tivesse sido muito repentino, Ademir se apressou a dizer:— Mas, se você achar que está rápido demais, podemos esperar. Não tem problema, eu respeito sua vontade.Lorena sorriu levemente, segurando com suavidade a mão de Ademir e disse:— Então, amanhã vamos juntos ver minha mãe, pode ser? Quero que ela
Ademir ouviu as palavras de Marcelo sobre sua mãe e, imediatamente, seu rosto se fechou.Ademir perguntou, com frieza: — O que? Acha que o conteúdo dessa carta não é verdade? Mesmo que tenha sido minha mãe quem a escreveu, foi apenas para a justiça!— Você! — Marcelo apontou para Ademir, com a mão tremendo involuntariamente. — Diga para sua mãe que, se ela continuar com essa loucura, eu vou morrer junto com ela! Se eu me destruir, ela também não terá paz!Com essas palavras, Marcelo se virou, furioso, e saiu, batendo a porta com força.Ademir soltou um suspiro suave e franzia a testa.Ele se lembrava claramente de ter explicado para Clara no dia anterior que a razão pela qual ele não havia denunciado Marcelo era para evitar que Alice se envolvesse. Ademir acreditava que sua mãe jamais tomaria a decisão de denunciar Marcelo sem antes consultá-lo. Isso era completamente fora do comum.Na verdade, Ademir não estava irritado com Clara, mas, sim, preocupado. Temia que Marcelo realmente fi
Jorge parecia ter sido fisgado no íntimo, como se alguém tivesse exposto seus pensamentos mais secretos. Sem coragem para responder, ele ficou em silêncio.Foi Yasmin quem não aguentou mais e disparou:— E essa é a sua atitude em relação aos mais velhos? Ele, pelo menos, é seu pai! Sua mãe nunca te ensinou a respeitar os mais velhos? E mais, seu irmão faleceu, e todas as propriedades e ações que ele deixou para trás não têm destino certo. Não está na hora de dividir essas coisas?Lorena, que estava ali, ficou chocada, se sentindo até ridicularizada, mas o que mais a incomodou foi a total falta de vergonha. Eles, de fato, haviam vindo com um plano, e o que queriam era pegar a herança que Gabriel havia deixado!Lorena tremia de raiva e, com a voz firme, exclamou:— O que meu irmão deixou, fica onde está, ninguém tem o direito de tocar!Embora a Sra. Lopes estivesse confusa e Lorena tivesse perdido a memória, ela não sabia exatamente o quanto de bens seu irmão havia deixado. Mas, pelo tom
O rosto de Yasmin ficou pálido devido ao sarcasmo de Ademir. Pensando que Lorena era a atual namorada dele, ela disse, com intenção: — Ademir, eu sei que você me odeia. Não é porque, na época, eu não aceitei que você ficasse com a nossa Gabriela? Nesse momento, uma mulher elegante entrou na sala e falou: — Mãe, eu não te falei para deixar o papai resolver isso sozinho? Você não deveria ter vindo, não é adequado! — A mulher disse, e só então percebeu que havia mais alguém no quarto. — Ademir? Ela arregalou os olhos, claramente surpresa, como se não entendesse a situação. Lorena, que estava ao lado de Ademir, se sentia ainda mais confusa. Ela parecia ter começado a entender alguma coisa, mas também achava que tudo aquilo era coincidência demais, quase surreal. Foi Yasmin quem quebrou o silêncio: — Gabriela, olha só como ele muda rápido! O homem que, na época, implorava para eu te dar em casamento, agora está me xingando. Ele deve ter se esquecido de como te amava! Foi qua