Naquele momento, Lorena estava sentada na beira da cama, de costas para a porta, com o corpo tremendo levemente.
Duarte supôs que ela estivesse chorando.
Ele se aproximou e, de fato, viu as lágrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto de Lorena. Aquilo o deixou ainda mais angustiado do que quando ela o xingava, tomada pela raiva.
— Por que está chorando? — Duarte ergueu a mão e enxugou delicadamente a umidade no canto dos olhos dela. Seu tom, involuntariamente, se suavizou. — Você queria um piano, queria livros... Eu já não trouxe tudo para você? O que mais falta?
Lorena respirou fundo, reunindo coragem.
— Se você pretende me trancar aqui para sempre, então qual é a diferença disso para uma prisão?
Duarte soltou uma risada baixa.
— A diferença é enorme! Na prisão, tem que seguir regras, acordar cedo, dormir tarde e ainda trabalhar! Mas você... Passa os dias sendo servida pela Nicole, ganha tudo o que quer. Isso aqui é muito mais confortável do que uma cela!
Lorena mor