O semblante de Manuel estava frio, e ele disse, com voz baixa:
— Vamos embora.
— Vamos embora? — Rosana disse, visivelmente sem saber o que pensar. — Ela não disse que ia almoçar aqui? Hoje eu trouxe bastante comida, parece que tudo vai ser desperdiçado.
Manuel franziu a testa, olhou para ela e perguntou:
— Você não quer saber se eu e ela temos algum passado?
Rosana serviu a comida e a colocou à sua frente, falando com calma:
— A Tamires não disse que vocês cresceram juntos, estudaram juntos? Isso é normal.
A paciência de Rosana fez com que Manuel se sentisse inexplicavelmente irritado e sufocado.
Nos últimos tempos, Rosana parecia ter se transformado completamente. Ela estava tão cautelosa, tão submissa, fazendo tudo perfeitamente e cuidando dele com tanto zelo. Mas, a cada dia, Manuel sentia um peso enorme no coração, porque não via mais o sorriso de Rosana; ela só lhe dirigia aquela expressão cuidadosa e educada.
Rosana estendeu o prato para Manuel e disse:
— Coma logo, o médico di