A atitude fria e distante de Rosana deixava Manuel inexplicavelmente irritado.
Talvez fosse o efeito do álcool, mas uma sensação de calor abrasador percorreu o corpo dele, que estava inquieto e febril.
Ele observava Rosana diante de si; seus lábios rosados se mexiam ao falar, e Manuel sentia como se uma chama se acendesse dentro dele.
Seus olhos mostravam um leve brilho turvo enquanto ele lutava contra o impulso de segurá-la e entregá-los ao desejo. Com um tom despreocupado, perguntou:
— Por que está tão tarde ainda por aqui? Estava me esperando voltar?
Rosana respondeu imediatamente, em tom de protesto:
— Foi o seu ferro de passar que quebrou, levei muito tempo para consertá-lo! Pode ficar tranquilo, para mim o senhor não passa de meu empregador. Eu faço meu trabalho com seriedade, recebo meu pagamento e nada mais. Não tenho nenhum outro interesse, muito menos o de esperar o senhor voltar!
Manuel riu suavemente, e a expressão levemente bêbada em seu rosto o deixava ainda m