Francisco se enrijeceu subitamente. O desejo que tinha acabado de emergir em sua mente esfriou de imediato, recuando.
Lentamente, ele soltou Julieta. Seus olhos ocultavam uma dor efêmera. A pergunta de Julieta era como uma faca afiada cravada em seu coração.
Desde o incidente, esta era a primeira vez que ela o mencionava.
Ele pensava que tudo havia sido superado. Ele também pensava que, se ninguém tocasse no assunto, seria como se nunca tivesse ocorrido.
Mas agora, bastava uma pequena fissura para que o tema se tornasse uma cicatriz entre eles.
Indelével, inextirpável, a dor não se atenuava nem um pouco com o tempo.
Naturalmente, não era só Julieta que sofria, mas ele também.
A maçã do rosto de Francisco se tensionou duas vezes e ele deu dois passos para trás.
Ao trazer o incidente à tona, as intenções de Julieta não poderiam ser mais claras.
Ela realmente não desejava que ele a tocasse. Não era meramente um capricho.
- Você prefere abrir essa ferida a permitir que eu a toque, é isso?