Ela sorriu e abraçou-me forte.
— Vamos nos atrasar. Podemos conversar no carro? Quero tomar café antes da cirurgia que tenho às dez. — Pediu-me feliz da vida de novo.
— Resolvi depor. Como sou naturalizada francesa, usarei o direito de fazer videoconferência. Contarei tudo.
— Tudo, tudo? — Perguntou Candance ao colocar o cinto de segurança
— Sim, amiga. Inclusive que salvei Jack. Na verdade, fugi para salvar a carreira dele, por ameaça daquele monstro.
— Mesmo assim, devo-lhe desculpas.
— Já está desculpada e qualquer outra coisa que queira fazer eu aceito, insista comigo.
— O bom é que passei um dia andando pelas ruas da bela Paris.
A doida riu solto.
— E pelo jeito almoçou num restaurante chique?
— E como!
— E pelos olhos brilhando achou o procurador lindo, charmoso, sorridente.
— Nossa, você o descreveu na integra.
Começamos a rir as duas. A vida começava a tomar um rumo diferente. Talvez as engrenagens e trilhos estivessem se ajustando, por agora apenas entre nós duas, mas quem