A fisioterapia estava tranquila; já me acostumara com os exercícios, e os músculos pareciam se desenvolver e voltar à vida. A voz ainda saía um pouco enrolada. Na noite anterior à partida do Dr. Wallace, o ouvi conversando com Lily sobre eu mesmo estar travando. A vontade na hora foi me levantar e dizer que eles estavam loucos, mas percebi que há um pouco de verdade nisso.
Adorei a conversa de Lily comigo no hospital, inclusive o beijo. Por isso, aceitei vir com ela para Lugano, mas quando a olhava, ainda me ressentia e ficava com medo de soltar a voz, dizer ‘Eu ainda te amo e te perdoo’, sem que o coração também esteja dizendo essas palavras.
Deli entrou no quarto com uma bandeja de chá com biscoitos.
— Bom dia, senhor. Trouxe o café da manhã.
— Bom dia, senhora. Acho que estou muito preguiçoso. A senhora pega a muleta para mim. Vou comer na varanda. Estou perdendo essa vista maravilhosa, já tem dois dias. Só fui lá um dia no fim da tarde.
— Lily deve estar chegando também. Ela será