O Sr. Ömer Bozkurt, um homem casto e bem-sucedido, adentra sua elegante mansão com um sorriso gentil adornando seu rosto enrugado. Ao seu lado, segue sua afilhada, Amora Kartal, uma jovem de semblante delicado e tímido, cujos olhos parecem refletir um misto de curiosidade e nervosismo diante da vaidosa presença da elegante senhora que a observa com um olhar penetrante, como se buscasse respostas silenciosamente!
Amora sente-se sem graça ao perceber a intensidade do olhar da senhora, que parece exigir explicações apenas com sua expressão facial. No entanto, sua atenção é rapidamente desviada para o homem ao lado da enorme janela: um ser de beleza marcante e postura firme. Seus olhos, verdes e profundos como o mar em uma noite sem lua, fixam-se nela e no padrinho, enquanto este segura a modesta mala de Amora... A atmosfera na mansão é carregada de expectativas e silêncio tenso, enquanto Amora observa seu padrinho se afastar e entra no que lhe parece ser um escritório com a sua esposa. Amora é cativada pela aura magnética e misteriosa do homem, cujo olhar a prende em um fascínio inexplicável. Durante o tempo em que seus pais não voltam do escritório, ele serve-se de uma dose de Whisky, olhando para Amora parada no meio da sala como um coelho medroso. Ele dá um sorriso de canto e continua a degustar a bebida. — Você tem um nome, menina? - indagou Yaman, sua voz ressoando com uma profundidade grave e rouca. Amora sentiu-se ainda mais acanhada diante da presença arrogante do homem à sua frente, mesmo assim reuniu coragem para responder. — Me chamo Amora, Sr. - sua voz saiu num sussurro suave. Yaman repetiu o nome lentamente, como se saboreasse cada sílaba. — Amora... Lembro-me vagamente de uma Amora. Você é a afilhada do meu pai, não é? "Doce Amora, finalmente nos encontramos novamente", pensou, conforme analisava a expressão dela. Amora assentiu, mantendo seu olhar firme nos profundos olhos de Yaman, sentindo-se intrigada pela intensidade daquele momento e pela conexão que parecia surgir entre eles. Contudo, o que Amora não sabia era que Yaman estava em chamas. Um lampejo de emoções passou por seu olhar, fazendo com que ele balançasse a cabeça para dissipar quaisquer sentimento. Amora foi retirada de seus pensamentos enquanto contemplava os olhos verdes de Yaman ao ouvir passos firmes se aproximando. Ela virou-se lentamente, observando seu padrinho, o Sr. Ömer, e sua esposa, uma mulher de postura vaidosa e elegante. Os passos do padrinho ecoavam pela sala, cada um deles ecoando a autoridade e a confiança que ele possuía. Seu rosto estava sereno, mas seus olhos transmitiam uma mistura de preocupação e determinação, como se estivesse prestes a abordar um assunto de grande importância. A esposa do Sr. Ömer, por outro lado, emanava uma aura de frieza e distância, seu olhar frio parecendo penetrar diretamente na alma de Amora. Ela se acomodou no sofá com graça e elegância, mantendo uma postura rígida que deixava claro que não estava ali para trocar amenidades. Amora sentiu-se pequena e vulnerável diante do casal, sua presença naquela casa agora parecendo mais incerta do que nunca. No entanto, ela se forçou a manter a compostura, determinada a enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente. O Sr. Ömer estendeu a mão na direção do sofá com um gesto convidativo e disse: — Sente-se, Amora. Vamos conversar um pouco. - sua voz soava serena e tranquilizadora. Amora seguiu as instruções do padrinho e sentou-se, sentindo o peso do olhar penetrante daquelas pessoas que mal conhecia sobre si. — Então, Amora, eu conversei com minha esposa, Sra. Nadi, e ela concordou que você fique conosco. Claro, há outra opção, se você quiser saber - ele explicou. — Fico muito grata, padrinho. Mas qual seria a outra opção? - Amora perguntou, curiosa. — Você pode, daqui a alguns dias, ir para o apartamento do meu filho e trabalhar com ele. Yaman está só esperando ficar pronto para se mudar - o Sr. Ömer pronunciou, sua voz soando firme, amigável e melancólica. — Lembro que você disse que não queria ser um fardo e preferiria trabalhar mesmo que servindo a casa - o Sr. Ömer disse, sua voz carregada de tristeza. — Não é algo que me agrade. — Assim é melhor, padrinho. Não serei um fardo para vocês - Amora respondeu, sua voz firme, mas respeitosa. Enquanto ouvia a conversa, Yaman percorria a sala com passos inquietos, incapaz de ficar parado por muito tempo no mesmo lugar. — Já que você irá para o meu apartamento, Amora, espero que seja muito eficiente. - sua postura transmitia a mas pura arrogância. Amora pôde sentir a amargura nas palavras de Yaman e o encarou por um momento antes de responder docemente: — Não irá se arrepender, Sr. Yaman. No entanto, Yaman começava a sentir-se incomodado na presença dela, o que o deixou irritado. — Assim espero, menina. - expressou, antes de sair e deixá-los para trás. Porém, no alto da escada, ele virou-se novamente. — A partir de hoje, você trabalhará apenas para mim, mesmo estando nesta casa. Minha mãe lhe dará as instruções de como cuidar das minhas coisas. - finalizou, desaparecendo pelo corredor adentro. A Sra. Nadi informou a Amora que ela ficaria numa Ala privada, pertencente a Yaman, e seu quarto seria ao lado do dele, para que, se ele precisasse, não tivesse que procurá-la por toda a casa. Amora respondeu, sua voz mais firme agora: — Obrigada, Sra. Nadi olhou para ela como se a analisasse profundamente e disse, pensativa: — Seja uma boa garota, Amora. Sua doçura pode ser uma perdição! Amora não compreendeu completamente o que Nadi quis dizer e ficou em silêncio. No entanto, o Sr. Ömer, que presenciava tudo, entendeu o significado por trás das palavras da esposa. A Sra. Nadi guiou Amora até a Ala privada que pertencia a Yaman. Esta parte da casa estava um pouco afastada do centro, e quando Amora entrou, ficou de boca aberta. Apesar de ser menor que a casa principal, era igualmente bonita, espaçosa e aconchegante. Nadi levou Amora por todos os cômodos, mostrando-lhe cada detalhe e explicando sua função. Quando chegaram ao quarto de Amora, que ficava ao lado do quarto de Yaman, ela olhou ao redor, como se estivesse procurando algo. Os móveis eram elegantes e bem cuidados, e a decoração transmitia uma sensação de conforto e luxo discreto. As janelas deixavam entrar a luz suave do sol, criando uma atmosfera acolhedora e serena. Amora se sentia um pouco sobrecarregada com tudo isso, mas ao mesmo tempo grata pela oportunidade de ter um lugar para chamar de lar naquela casa desconhecida. — Amora, ele não tem hora para chegar ou sair... - Nadi tentou explicar a rotina peculiar de seu filho. — Se ele chamar, apenas vá sem demora. — Entendo, senhora. Farei tudo o que diz. - Amora afirmou com determinação, demonstrando sua disposição para assumir suas responsabilidades. — Ele não gosta de ser contrariado. Se perceber que teremos problemas, me procure. - Nadi baixou a guarda por um momento, revelando uma preocupação genuína. Após a saída de Nadi, Amora encontrou-se sozinha no espaço que pertencia a Yaman. Ela trancou a porta do quarto, despiu-se lentamente e dirigiu-se ao banheiro para um banho relaxante, desejando aliviar um pouco a tensão antes de ser chamada para cumprir suas tarefas.