Com o Tiago...

A pergunta que não se quer calar é como é que o Chase sabe de tudo o que eu tenho planeado.

Mas tudo isso é culpa minha mesmo, a Mia ainda me disse que era para eu deixar ele em paz, se eu fosse menos emocionado nada teria acontecido.

Coloquei as minhas mãos em volta da cara para não chorar. Me sinto tão mal que só quero morrer agora.

— Vou sair daqui agora mesmo—Arranquei o soro que eu tinha no braço e levantei da cama.

A minha cabeça ainda dói,mas não há nada que não se resolva com um chá de camomila.

Abri a porta do quarto e olhei para os lados para ver se tem alguém e não há. Fui andando até a saída quando troquei olhares com um médico.

Ele não parava de gritar o nome Oliver e eu fico cada vez mais confuso mas,se formos olhar em suas expressões faciais ele parecia estar feliz.

— Oliver!Oliver – Disse enquanto vinha até mim e eu desatei logo a correr para a saída.

Consegui despistar aquele médico maluco e também por sorte já estava fora do hospital.

O clima de hoje é frio, tão frio que passei as minhas mãos em volta do corpo para me aquecer. Eu quero ir embora mas lembrei me de que não tenho nenhum sítio para me instalar e acabei por sentar nos degraus da entrada do hospital.

Eu simplesmente não consigo esquecer aquilo que ouvi da Mia, nós praticamente eramos como irmãos e pensar no que aconteceu me deixava arrasado.

Fiquei a pensar em como ela poderia estar até ouvir novamente aquela voz irritante do médico.

— Eu te procurei por todo o hospital —Disse enquanto eu sentia que ele vinha até mim.

Pela tonalidade da sua voz ele realmente queria me encontrar e quando eu olhei para atrás ele carregava um sorriso nos lábios.

—Por favor levante o seu parceiro está a sua espera.

—Parceiro?!— Falei surpreso.

Que parceiros são esses? Deve ser um mal entendido eu nem sou gay.

— É compreensível que o Oliver tenha medo de se assumir pois a nossa sociedade é muito tóxica mas não se preocupe eu estudei ética e deontologia profissional. Sinta se a vontade para expressar seus sentimentos.—Segurou na minha mão e me levou para dentro do hospital de novo.

Eu sou um jovem que raramente sai de casa e quando eu saio de casa tenho que lidar com esse tipo de gente? Que chega a ter 10 vezes mais problemas que eu?

Suspirei e fui pedindo para o doutor estranho me deixar ir embora mas só que ele se recusava de qualquer modo. Ele insiste em me chamar de Oliver e ainda vem com aquela ladainha de que eu tenho um parceiro que está a minha espera.

Cansado eu segurei na mão dele com força e ele me olhou surpreso. O doutor ainda insiste em me dizer que eu devo seguir os seus passos mas eu me recusei quando fiquei de frente com o Chase.

Ele parece estar feliz e quando o doutor olhou para ele voltou a sorrir também.

– Eu peço desculpa pela demora. Felizmente consegui trazer o seu parceiro de volta.– Deu espaço para que eu ficasse mais perto do Chase.

Não sei porquê mas depois de o médico ter dito que eu sou parceiro do Chase fiquei com a boca aberta.

Eu estava chocado e só queria entender que tipo de mentira é que disseram sobre mim.

—Tudo o que foi dito sobre mim não passa de calúnia e difamação.—ossi.

Varias horas depois...

Eu não consigo acreditar que o Chase me trouxe até a casa dele a força.

Mas afinal ele meio que tem razão, já é tarde e eu preciso de um local para ficar.

A casa do Chase é esquisita, e muito diferente daquela que eu estou acostumado a vigiar.

Parece ser abandonada como a outra e o que difere é que uma tem mais plantas que a outra é mais antiga que essa.

É muito estranho e assustador, fiquei com medo de entrar mas me surpreendi com o que vi.

O Chase é muito organizado e cuida muito bem da sua casa,ele me disse que eu deveria sentar no sofá mas não consegui algo me chamou atenção.

No final do corredor havia uma escritura muito chamativa,me aproximei dela para poder ver melhor.

Pegue meu coração...

Ficaria horrorizado se isso fosse escrito em uma casa normal mas como é a do Chase nada me surpreende.

Fui passando a mão pela parede sem me aperceber de que ela estava a ficar vermelha.

–O que é?– Pus a mão no nariz e

É sangue

Assustado limpei a mão de imediato no corpo e ao olhar a direita me apercebi de que tem mais um corredor.

Chamamos isso de labirinto ou casa?

Voltei para o sofá e fiquei aí mesmo durante uns minutos quando o Chase veio da cozinha.

– O jantar está pronto – Falou enquanto tirava o avental.

Além de me trazer para o seu humilde inferno também fez algo para que eu comesse.

Durante o jantar...

Eu estou sentado de frente ao Chase e ele não tira nenhum bocado os olhos da comida. Eu não consigo comer apesar de tudo estar com bom aspecto.

Por um bocado ele parou de comer e me olhou.

– Porquê que você não come? Experimente as azeitonas que eu fiz estão boas– Tentou me oferecer a tigela de azeitonas mas eu recusei.

Mas Tiago você é completamente esquelético, se não comer terá sérios problemas de saúde. Não chega essa sua cabeça de vento? Quer ter problemas de nutrição também?

– Eu não me importo com o meu físico,só quero saber o porquê que você me ameaçou daquela maneira e também porquê que você matou todos aqueles que estavam no liquor nite. Porquê que você mata as pessoas sem nenhum motivo.

Bem antes de eu terminar de falar o Chase começou a rir feito um maluco, ele ria tanto que eu fico assustado. Parece que sou um palhaço aos olhos dele, depois de uns minutos ele me olhou sério.

– Querido o mundo é nosso inimigo, nem sempre tudo aquilo que parece ser é realmente. As aparências enganam muito. E tem mais tudo o que eu faço ou digo tem um propósito tenho agido como um maluco mas acredita.

AS MELHORES PESSOAS SÃO MALUCAS!

Depois do Chase ter dito aquilo ele se retirou da mesa e eu fiquei aí... A pensar no que ele dissera.

No quarto do Chase...

—Eu vou enlouquecer— Falei enquanto assistia mais um vídeo do Tiago.

Dessa vez ele estava sem roupa, com o corpo amarrado e vários homens tocavam em nele.

Eu ainda acredito que ele será MEU!— Apertei com bastante força os lençóis da minha cama.