Estava fazendo a ronda na comunidade, quando vejo Débora no portão de casa conversando com um cara, eles riem e se beijam, estranho... Ela não disse que tinha namorado...
Ela me vê, mas finge que não me viu, então como não gosto de ser ignorado, vou até eles.
— Boa noite ao casal!
Digo descendo da moto e indo até eles.
Débora está séria, o cara me olha meio amedrontado, talvez pelo fuzil trançado nas minhas costas e pelas armas na minha cintura.
— Boa... Boa noite...
Ele responde, mas ela não.
— Débora, podemos conversar?
Digo sem tirar os olhos dela.
Eu queria intimida-la e ao contrário de ontem que ela não esboçou medo algum de mim, hoje ela parecia uma gatinha assustada.
O cara olha pra ela sem entender o que está acontecendo.
— Mais tarde nós falamos?
Ela desvia seu olhar do meu e olha para o rapaz, ela sorrir doce para ele, mas eu sei que ela está com medo de alguma coisa.
— Claro! Nos falamos sim... Tudo bem?
Eu sei que esse “tudo bem?” Tem relação com o fato de eu