A floricultura estava a todo vapor. A florista da praça apareceu por lá, a fim de encontrar algumas novas flores.
Peguei algumas já embaladas e entreguei a ela.
— Quanto custam, moça?
— Nada, é apenas um presente.
— Muito obrigada. — A florista sorriu e foi embora.
— Espera.
Ela parou um instante e eu perguntei: Você aceita trabalhar aqui?
— Na sua loja?
— Claro!
E disse que ela poderia fazer seu expediente naquele dia mesmo.
Ela me abraçou e eu retribuí.
Apresentei a florista, chamada de Helena, às outras floristas chamadas de Maria e Juliana.
E assim, voltei ao meu quarto.
Na parede, vi um retrato em branco e preto.
Eu era uma criança nele, mas as memórias não foram felizes.
Devido a tanta miséria e tanta falta de sorte, eu não era uma criança com cor e vida, nem era cheia de imaginação. Só tinha o que havia de ter acontecido, uma vida miserável, sem um amor, sem família e sem um bom futuro.
Às vezes, me imagino e suponho que era melhor nem nascera, mas