A noite silenciosa foi interrompida por um sussurro que veio do outro lado da linha:
— Jú, estou com dor.
A voz do homem tremia um pouco.
Naquele momento, Júlia sentiu um aperto no coração.
Rafael era um homem teimoso e orgulhosa, que sempre insistia em ser forte. Costumava beber até ter uma úlcera ou trabalhar até esquecer de comer, o que não era raro.
Naquela época, Júlia fazia de tudo para cuidar dele.
Ela prestava atenção em todas as refeições e até aprendeu algumas técnicas de massagem com um terapeuta para melhorar a digestão.
Depois de muito esforço e tempo, conseguiu melhorar o estômago dele.
Mas tudo o que ela recebeu em troca foi um ‘que incômodo’.
E, às vezes, quando ele estava impaciente, franzia a testa e dizia: “Você está parecendo minha mãe.”
Essas memórias, quase esquecidas, ressurgiram naquele momento, mas logo a sensação de dor passou.
Júlia disse friamente:
— Eu não sou médica. Se a dor está forte, vá ao hospital.
Ouvindo a voz fria de Júlia, Rafael apertou os dedos