Sem Ontem, Sem Perdão, Meu Querido Alfa
Sem Ontem, Sem Perdão, Meu Querido Alfa
Por: Cher
Capítulo 1
Meu Alfa conseguiu tocar um coração que já não acreditava no amor. Foi por causa das promessas dele, tão sinceras à época, que aceitei me tornar sua companheira. No aniversário de união, vi as marcas dos beijos de outra mulher em seu corpo. Ele achava que havia escondido bem. Não sabia que, naquele instante, eu já tinha decidido desaparecer do mundo dele para sempre.

— Isso realmente esconde o vínculo de companheiros?

Fitei o pingente antigo de pedra preciosa na palma da mão.

Na penumbra da loja de antiguidades, ele emitia um brilho rubro e silencioso.

O Guardião do Pacto era um velho lobisomem encurvado, mas os olhos opacos escondiam uma astúcia ainda viva:

— Suprime por três meses. Tempo suficiente para sumir.

Coloquei o pingente num lugar escondido.

A queimação no peito, o elo com Derek, cessou no mesmo instante, como se nunca tivesse existido.

— Feito.

Ao sair da loja, conferi o celular.

Doze passagens compradas.

Partida em duas semanas. Destinos diferentes: Farendia, Aredon, Darnesia.

Cada uma em um dia, com horários e rotas distintos.

Mesmo que Derek tentasse me rastrear com o poder de um Alfa, tudo o que encontraria seria um labirinto.

No caminho de volta para casa, as lembranças me invadiram como ondas agitadas.

Na Provação de Honra, três anos atrás, Derek lutou contra um urso selvagem descontrolado para proteger minha honra.

Saiu coberto de sangue.

Desabou nos meus braços, sorrindo com fraqueza:

— Katherine... ninguém vai te insultar enquanto eu estiver aqui.

Dois anos atrás, ele batizou a empresa de tecnologia com meu nome: Kath Tech.

No coquetel de lançamento, diante da elite de toda a alcateia, declarou:

— Neste mundo, só existe uma Katherine digna de carregar toda a minha glória.

Na infância, meus pais viviam em conflito. Quando descobri que os dois traíam um ao outro, jurei que jamais escolheria um companheiro.

Mas Derek me cortejou por muito tempo. Mesmo depois de inúmeras recusas, permaneceu firme, inabalável, usando a própria sinceridade para me tocar.

Naquela noite de lua cheia, quando aceitei a marca de companheira, encarei os olhos dele e declarei, palavra por palavra:

— Derek, minha lealdade pertence apenas a você. Qualquer mancha será o fim.

Ele beijou minha testa e prometeu:

— Minha alma de lobo jura diante da Deusa. Nesta vida, só existe você.

Que tolice.

Hoje era o nosso aniversário de casamento.

Derek voltou para casa segurando uma caixa de presente caprichada, o rosto tomado por um ar de culpa:

— Desculpa, meu amor. O projeto internacional da empresa teve um problema e acabei chegando tarde.

Me aproximei. Ele abriu a caixa.

Lá dentro repousava um broche delicado, marcado com nossos nomes e adornado com o símbolo lunar que representava o vínculo de companheiros.

— É edição limitada. Precisei de muitos contatos para...

A frase morreu no ar.

O perfume adocicado, aquele aroma típico de um Ômega, subia pela gola aberta da camisa.

Meu olhar desceu até o lado do pescoço dele.

Havia ali uma marca leve de mordida.

Um selo temporário. Um traço de posse.

Derek não percebeu nada. Continuava explicando:

— A empresa teve uns imprevistos, acabou tomando mais tempo. Você não ficou chateada, ficou?

— Não — respondi, tomando a caixa das mãos dele com um sorriso. — Também preparei um presente para você.

Me virei e fui ao quarto. Do fundo da gaveta, retirei a caixa de madeira coberta de runas.

Dentro, estava o documento que eu havia assinado havia muito tempo: o Acordo de Rompimento do Vínculo de Companheiros.

O pergaminho de pele exalava um brilho suave, iluminado pela bênção da Lua... sinal de que o juramento já estava ativo.

— Este é meu presente para o nosso aniversário — Entreguei a caixa de madeira para Derek. — Mas tenho um pequeno pedido.

— Que pedido? — Ele recebeu a caixa, curioso.

— Só pode abrir daqui a quinze dias. — Fixei o olhar no dele. — É o nosso sétimo aniversário. Precisa ter um pouco de ritual.

Derek ficou surpreso por um instante, depois sorriu:

— Que truque você está aprontando agora?

— Promete para mim. — Apoiei-me na ponta dos pés e beijei o queixo dele. — Abra só daqui a quinze dias, tudo bem?

— Tudo bem. — Ele afagou meu cabelo com aquele gesto indulgente. — Eu prometo.

Ele colocou a caixa na palma da mão.

O poder de Alfa se expandiu, envolvendo a superfície de madeira com um selo temporal.

As runas douradas brilharam, se entrelaçando com o encantamento que eu já havia preparado.

— Agora ninguém consegue abrir. — Ele falou com seriedade. — Daqui a quinze dias, o selo se desfaz sozinho.

— Certo.

Derek guardou a caixa no cofre do escritório com extremo cuidado, como se guardasse o bem mais precioso do mundo.

Ele então seguiu para o banheiro.

A água começou a correr, misturada ao canto suave que ele sempre murmurava, a música do nosso casamento.

Fiquei parada na sala.

Toquei o pingente que escondia meu cheiro de companheira.

Ele estava gelado.

Gelado a ponto de ferir.

"Derek, espero que daqui a quinze dias esta surpresa marque você para o resto da vida." Pensei.
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