Capítulo XXXVI

      Deito na cama abraçando a foto, o quarto permanece escuro da mesma forma que deixei de manhã, encolho-me em posição fetal e libero todas as lágrimas não derramadas ao longo do dia. É um choro descontrolado em meio a soluços, meu corpo treme por inteiro pela dor que devasta todo o meu ser. Se passa minutos, horas e ainda me encontro na mesma posição, a diferença é que a foto agora no criado mudo me encarando, zombando de mim. As lágrimas continuam seu caminho pela minha face, enquanto seguro o colar em minha mão, é como se eu pudesse senti-la através dele, fecho meus olhos e minha mente se inunda por lembranças, me apego a elas, como uma bóia me impendido de afogar.

“- Olha só mãe, essa tem asas pretas com desenhos azuis, são tão lindas. – Corro para pega-la, mas a borboleta voa

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