23. Uma brecha
Lucas Park
Eu não desejava assustá-la, mas não conseguia mais lutar contra meus instintos. A puxei para perto de mim, tão perto que pude sentir sua respiração ofegante e seu calor. Pude sentir seu corpo enrijecer por um momento, como se estivesse hesitante. Mas então, seu rosto se afundou levemente em meu peito, e percebi que ela não estava fugindo. O calor entre nós era palpável, e seu suspiro suave pareceu ser um misto de medo e desejo. Eu sabia que não deveria avançar mais, mas também sabia que, naquele instante, Gabrielle estava tão dividida quanto eu.
Seu cheiro era tão delicioso e doce, que me lembrava uma tigela de morangos coberta por chantilly. E, embora eu ansiasse por colidir meus lábios contra os seus, desejava desesperadamente desfazer aquele nó em seu roupão e deixá-la saber o quanto eu sonhava com o dia em que ela aceitasse ser minha de todas as formas humanamente possíveis. Meus lábios tocaram sua testa, tão ternamente, que não houve mais espaço para meus pe