Ísis ajeitou-se melhor na cadeira, tirando os sapatos e apoiando os pés no tapete.
— Foi tranquilo — respondeu, soltando o ar. — Ganhei um cachê bom. Vou conseguir pagar uma dívida, o que me deixa um pouco aliviada. Fui contratada pra um evento beneficente… arrecadação pra construir um hospital infantil pra crianças com leucemia.
A colher parou a meio caminho da boca de Olívia.
Ela piscou.
— Leucemia? — repetiu, com cuidado. — Como você reagiu?
— É… — Ísis sorriu de leve, mas havia algo mais profundo no olhar. — Foi forte. Ver tudo aquilo, ouvir os discursos. — ela respirou fundo antes de continuar. — Mas eu mantive o papel. Só que o duro mesmo… é quando a gente volta pra casa. Quando tira a maquiagem. Quando a encenação acaba. E volta a ser só… a gente.
Olívia assentiu devagar, com um olhar cansado.
— Verdade… — disse baixinho. — O problema é sempre quando a gente coloca a cabeça no travesseiro.
Ísis a encarou mais atentamente.
— E por que você tem tanto medo de se abrir comigo? De