85. Lembranças cruéis – Parte 2
Neamir
As paredes da cela são escuras e frias, impregnadas de um cheiro nauseante de mofo e desespero. O chão é de pedra áspera, manchado com marcas escuras que se assemelham a sangue seco, vestígios de dor e sofrimento.
Já vi a magia do meu pai criar muitas coisas.
Tantas que eu me divertia, achando-o incrível, até que a loucura começou a mudá-lo. O que eu o via fazer de bom com a sua magia passou a se tornar sombrio. Não de uma maneira que dava para relevar, mas de uma forma que fez com que passassem a caçá-lo.
Da primeira vez que vi os membros do coven dele, achei-os divertidos. Eram pessoas amorosas, indivíduos que não ligavam para ele ter decidido constituir uma família com uma loba, embora haja tantos que temam o que a ligação de espécies possa causar.
Mesmo com o coven aceitando o relacionamento dos dois, precisávamos viver escondidos, para que nunca me descobrissem. Eu era o segredo feliz entre duas pessoas apaixonadas, até que me tornei o animal preso em uma cela.
Tento ignora