Raiva Ardente
SOPHIA
O caminho até o hospital foi preenchido com um borrão de murmúrios de desculpas de Xenois e minha própria fúria que mal consegui conter.
Minha mão esquerda estava me machucando a cada batimento cardíaco, minha mão queimada gritando em protesto sempre que o carro batia em uma pequena lombada na estrada. Mas a dor física não era nada comparada à raiva queimando no meu peito.
Aquela vadia realmente me queimou, que audácia. Ela havia agarrado minha mão e pressionado contra aquele fogão como se eu não fosse nada mais que uma criança desobediente precisando de punição. A humilhação era quase pior que a dor.
— Sinto muito, Sophia — disse Xenois pela que pareceu ser a centésima vez, seus nós dos dedos brancos enquanto segurava o volante. — Não sei o que deu na Lumina ultimamente. Ela tem estado... diferente. Paranoica. Mas nunca pensei que ela realmente machucaria alguém.
Contive o impulso de dizer a ele que sua preciosa esposa tinha estado "diferente" muito antes