Sophia POVKhalid assentiu com a minha resposta. Não havia questionamento, não havia perguntas e muito menos dúvidas, apenas a compreensão e aceitação. E isso me trouxe uma paz que não sabia que precisava.Este sempre tinha sido meu vínculo com Khalid, muito antes dele ter se tornado meu companheiro… O vampiro me entedia em um nível diferente do de Aquiles e Perseu, mas isso não significava que algo aconteceria entre a gente.Jamais tinha passado por minha mente trair meus companheiros, eu jamais pensei em Khalid, nada além de um bom amigo, apenas agora, enquanto sinto a atração do elo que comecei a me sentir assim, nunca antes disso.“Para quando você quer essa mudança?” Khalid me perguntou, seu timbre agora possuía um toque mais sensual, algo que não tinha notado antes.“O mais rápido possivel!” Respondi sem nem precisar pensar muito sobre o assunto.Senti o corpo de Aquiles se enrijecer e virei o rosto para poder fitá-lo.“Você acabou de acordar…” Aquiles explicou. “Não quero coloc
Sophia POVNina se virou com a mesma graciosidade que sempre a envolvia, seus movimentos suaves como uma dança silenciosa. Seus olhos pousaram em Alexandre, e, para surpresa dele, sua expressão permaneceu serena, inalterável, como se as palavras que ele acabara de dizer não fossem mais que parte de uma conversa trivial.Alex não estava preparado para tamanha tranquilidade. A falta de reação o desarmou por completo, e pude ver a insegurança tomar conta de seus traços. Até mesmo seu lobo, que estava animado e até mesmo agressivo, recuou dentro dele, como se encolhesse diante da calma de Nina. Toda a agressividade que antes emanava dele se dissolveu no ar.“Interessante.” Khalid falou e deu uma risada baixa.Nina olhou para ele e por um breve instante vi um sorriso sutil em seus lábios, mas então ela se voltou para Alexandre novamente.“Eu me chamo Alexandre.” Alex se apresentou, quase gaguejando.“Lembro de sua presença em nosso laboratório.” Nina respondeu, sua voz mantinha o tom neutr
Sophia POV“A Senhora é uma Quimera.” Nina falou mais uma vez, em um tom mais delicado, como um professor gentil ensinando a uma criança sobre como funcionam as coisas. “Mudar sua aparência não é algo simples.”As palavras de Nina fizeram o ambiente no quarto mudar novamente. Todos ficaram em silêncio, absorvendo o peso daquela afirmação. Aquiles se aproximou de mim, como se pudesse me proteger das verdades que estavam prestes a vir. Khalid apenas observava, com o semblante sério.“Certo, entendi.” Falei e senti Aquiles me abraçando pelas costas, passando as mãos pela minha cintura, uma forma de conforto silenciosa. “Continue.”“Uma Quimera é composta por vários seres, vários animais, mitológicos ou não.” Nina falou.E então ela me olhou de cima a baixo, analisando cada aspecto de minha pessoa, tanto fisicamente quanto minha alma e percebo um toque melancólico em seus olhos.“E a Senhora perdeu várias desde que nos encontramos pela primeira vez.” Nina explicou.Posso sentir uma pontad
Sophia POVAssim que abro os olhos me deparo com um espaço gigantesco, que eu sequer consigo compreender o tamanho completo, fico imaginando que seria a mesma coisa que eu um astronauta vendo a Terra ao longe.Percebo que conforme minha mente se adapta a esta nova dimensão as coisas começam a a fazer sentido, pois paredes de barro se fazem presente, ao mesmo tempo em que varias portas e escadas aparecem.Muitas das portas já estão quebradas, com alguns pedaços ainda pendurados, mas muitos pedaços caídos ao chão onde deveria ter essa porta, não apenas isso, como percebo que tem pedaços de correntes quebradas.Andei até uma das que estava mais perto de mim e olhei para o espaço da porta e notei que dentro tem uma fumaça esverdeada que tomava todo o cômodo. Estremeci, pois entendi o que isso significa, cada porta era uma criatura que eu deveria ter, mas que agora está tomado pela Mãe dos Monstros.Senti meu coração se apertar, pois comecei a olhar ao redor e havia tantas portas quebradas
Sophia POVAbri os lábios e senti o ar entrando em meus pulmões e foi como respirar pela primeira vez. Minha pele formigava, cada nervo parecendo acordar de um sono profundo, como se tivesse sido aprisionado por eras. Meu peito subia e descia devagar, pesado, mas cheio de um calor que eu não reconhecia, não era como o calor de febre ou de esforço… Era diferente, exotico e complexo…Abri os olhos e pisquei algumas vezes, pois a luz machucava, as cores e formas começaram a se formar a minha frente, ao mesmo tempo em que ergui minhas mãos para tampar um pouco da luz e senti os músculos se esticando, a sensação é estranha, não é dor, não é formigamento, não é nada com o que já senti. Todo meu corpo está deitado contra o piso de marmore.Mas consigo entender que tudo é novo, pois este corpo tinha acabado de nascer e eu teria que me acostumar, vejo minha mão a minha frente a primeira coisa que percebo é que o tom de minha pele não mudou, ainda sou branca, meu dedos estão um pouco mais along
Sophia POVEu atualmente me chamo Sophia Turner, você deve se perguntar porque atualmente, bom, eu já tive muitos nomes e tudo isso apenas para sobreviver ao meu passado e não deixar que ele me alcance, eu prefiro morrer a voltar ao que era.Hoje eu sou uma enfermeira no hospital Gillian´s Memorial, tenho poucos amigos,mas estes me são muito queridos e são os únicos que conhecem minha história.Eu sou uma bela mulher, hoje eu vejo isso, meus cabelos curtos estão pintados de um tom vermelho intenso, uma cor que realça meus olhos de tom esverdeado, com linhas azuladas, muitos dizem que parecem olhos de gatos. Meu nariz é fino, assim como as linhas gerais do meu rosto, sim eu já fiz cirurgia plástica e não me importo em dizer isso. Este novo rosto é quem eu sou, quem eu nasci para ser: Uma mulher adulta, independente, com gostos e desgostos, com opiniões fortes e que não leva desaforo para casa.Eu tenho 1,72m de altura e não uso muito salto alto, afinal de contas, passar turnos de 12h a
Sophia POVAcordei com o barulho do despertador e bocejei, olhei para o horário e já estava na hora de voltar a trabalhar. Pelo visto não havia acontecido nada enquanto eu dormia. Levantei, tomei um banho rápido, escovei os dentes, fiz minhas necessidades, então coloquei um novo uniforme limpo, arrumei meu crachá e sai do quarto.Logo estou no andar 42, a primeira coisa que percebi é que alguns guardas haviam trocado de turnos, assim como o médico responsável. Arqueei a sobrancelha vendo as atualizações junto ao tablet que peguei na recepção.“Hey, Julie, bom dia.” Cumprimentei minha amiga.“Oi Soph, ainda bem que tu voltou.” Escutei ela falar, aliviada.“Aconteceu algo?” Fiquei tensa, mas não tirei o olhar do tablet, passando pelas informações de cada paciente, parecia que a maioria que estava ali que ainda não havia sido liberado, era porque havia vestígio de prata no organismo.“Esse pessoal, sabe como é…” Julie falou em tom baixo e respirei fundo.Era o tipo de pessoa que eu odiav
Sophia POVAcordei novamente com o som do alarme e fui tomar meus remédios, lavei o rosto, preparei café e algo para comer. Fiz tudo o que tinha que fazer antes de sair do meu apartamento e ir para o hospital, tinha desligado meu celular justamente para não saber o que estava acontecendo, era algo que eu sempre fazia, ordens médicas, pois após meu turno eu tinha que descansar e não ficar sobrecarregada pensando no trabalho quando não estava trabalhando.Comprimentei as pessoas conforme ia ao vestiário e colocava meu uniforme, bati o ponto e fui na recepção pegar meu tablet. Pelo visto eu continuava trabalhando e na minha função, mas ainda estava designada para o andar 42, mas como consultora e não responsável, será que era o jeito dele pedir desculpas? Bom, não funcionaria.Comecei meu plantão normalmente, passando pela ala de traumas, conversando com todos e até mesmo atendendo alguns casos, quando percebi já era a hora do almoço e fui para o refeitório, peguei o que queria e logo me