capítulo 4
Os parentes atrás dele tentavam esconder o riso.

— Senhorita Isadora, assim não dá. Nem a própria irmã você consegue tolerar? O nosso Caio ainda vai ter várias mulheres ao redor. Você vai morrer de raiva?

— Hahaha! Quem sabe a Isadora consiga vencer todo mundo na porrada e tirar todas do caminho do Caio!

Naquela época, eu cheguei a aprender artes marciais só por causa do Caio.

Até falei que quem se metesse com ele, eu quebrava.

Hoje, pensar nisso me dava vergonha.

Em meio às risadas, Caio se aproximou e falou com desprezo:

— Hoje o vovô vai anunciar nosso noivado. Se ainda quer casar comigo, não esquece do que eu disse: cada um vive sua vida. Você não vai mandar em mim. Se aceitar isso, eu até perdoo seu veneno e arrogância.

Olhei pra ele, sem acreditar.

Não entendia como alguém com educação conseguia dizer tamanha estupidez.

Ao me ver calada, ele achou que eu tinha aceitado.

Ficou ainda mais convencido.

— Se se comportar direitinho, eu não vou deixar você tão mal falada.

Estava certo de que eu só podia me casar com ele.

As pessoas ao redor só esperavam pra ver o circo pegar fogo.

De repente, ouvimos passos.

O secretário do Senhor Duarte apareceu na porta:

— O que tanto falam aí fora? É dia de festa. Querem deixar o senhor aborrecido?

Atrás dele vinha Leonel.

Dessa vez, sem cadeira de rodas. Estava de pé, bem-vestido, com o semblante muito melhor.

Ao me ver com a mão no rosto, ele passou direto pelos outros e veio até mim.

— Tá tudo bem? — Perguntou baixo.

Ao ver ele, me veio à cabeça a imagem da vida passada. Quando eu já não tinha mais pra onde ir, vagava pelas ruas feito alma penada.

Um carro parou devagar.

O vidro baixou. Era o rosto dele.

— Isadora, o que faz aqui?

Ele nunca me chamou de cunhada.

Na época, achei que não me aceitava.

Só descobri a verdade antes de morrer.

— Tá doendo? — Leonel perguntou de novo, ao me ver distraída.

Levantei os olhos e encarei o olhar profundo dele.

Senti o calor subir nos olhos.

Sorri:

— Não dói.

Caio bufou:

— Tá doendo ou não, que diferença faz pra você? Leonel, não esquece que ela vai ser sua futura cunhada.

O secretário, ao ouvir isso, pareceu surpreso.

Mas só comentou:

— Entrem, o senhor está esperando.

Ao passar por mim, Caio tocou o nariz e sussurrou:

— Não esquece o que te falei.

Parecia certo de que já tinha o futuro na palma da mão.

Mas sua empolgação não durou muito.

Todos entraram na sala de estar. Pouco depois, o Senhor Duarte desceu as escadas com a bengala, subiu no pequeno palco preparado especialmente para ele.

Apesar dos cabelos brancos, ainda estava cheio de energia.

Sorrindo, segurou minha mão.

— Hoje é um dia especial, e quero anunciar uma coisa. — Fez uma pausa. — Isadora já completou vinte anos. Segundo o acordo que fiz com o avô dela, chegou a hora de escolher, entre os filhos da nossa família, quem será seu marido. Depois do casamento, oitenta por cento dos meus bens pessoais irão para o casal.

Senhor Duarte era uma lenda nos negócios, com uma fortuna incalculável.

Oitenta por cento... até vinte por cento já seria mais do que qualquer um conseguiria em várias vidas.

Na sala, todos mostraram expressões de inveja.

— Agora, vamos chamar os dois jovens aqui. Quero ser testemunha desta união.

Caio se endireitou, levantou o queixo e já tinha dado o primeiro passo.

Mas foi interrompido pelo avô, que sorriu e olhou na direção de Leonel.

Leonel já estava de terno, em pé sob a luz, completamente diferente do homem doente de antes.

Com um buquê nas mãos, caminhou até o centro.

— Isadora, está pronta?
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