capítulo 3
Eu ia dizer que queria, sim, me casar com Leonel.

Mas me lembrei das palavras do Senhor Duarte:

— Já que escolheu o Leonel, respeito sua decisão. Mas por enquanto, não conte a ninguém. Quando tudo estiver resolvido, todos vão saber.

Hesitei. Engoli as palavras.

Leonel também não disse nada. Só me olhou de leve, com um traço de decepção nos olhos.

Eu entendia o cuidado do Senhor Duarte.

Afinal, a família era grande, e todos de olho na herança.

Então, não discuti mais com Caio. Deixei que rissem à vontade.

Simplesmente me virei e fui embora.

Lorena veio no mesmo carro que eu.

Ficava balançando o pulso, exibindo a pulseira.

O brilho quase me cegava.

— Mesmo que você se case com o Caio, nunca vai ter o coração dele.

Na frente dos outros, Lorena parecia um anjo.

Mas quando ninguém via, mostrava os dentes.

Ao olhar pra ela, lembrei da cena da vida passada — peguei os dois na cama.

Ela se encolhia nos braços de Caio como um coelhinho assustado.

Ele a protegia com o corpo inteiro, como se eu fosse atacá-la.

Fiquei tão abalada que desmaiei na hora.

Depois disso, meus pais a mandaram estudar fora.

Casou-se com um ricaço que morava no exterior.

Viveu bem melhor que eu.

Nesta vida, decidi deixar ela com Caio.

Queria ver qual fim teria dessa vez.

Sorri de leve.

— É. Se não tenho o coração dele, pra que querer o corpo? Espero que você cresça logo e se case com ele. Que sejam muito felizes, pra sempre.

Ela pareceu se perder por um segundo.

Depois arqueou a sobrancelha e riu:

— Pode fingir o quanto quiser. Mas fingido ou não, o Caio só me ama.

Passado um tempo, chegou o festival de junho.

Meu pai pediu que eu levasse presentes para o Senhor Duarte.

Assim que entrei na mansão, dei de cara com Lorena, que não aparecia havia dias.

Vestia alta-costura, com joias combinando.

Parecia uma princesa.

Ao me ver, ela sorriu de leve.

— Gostou da roupa? E das joias? Foi o Caio que me deu. Eu disse que não gostava de coisa tão chamativa, mas ele insistiu. Disse que só eu merecia usar isso.

Franzi a testa, impaciente. Quis me afastar.

Mas ela se colocou de novo na minha frente.

— Irmã, só queria compartilhar minha alegria com você. Por que tá tão fria comigo? Eu sei que você tá com inveja, mas sentimentos são assim mesmo, ninguém controla.

E começou a chorar.

Estendi a mão pra afastá-la, mas ela se jogou no chão, chorando ainda mais alto.

— Irmã, por que me empurrou? Eu sou sua irmã!

Nesse momento, Caio apareceu.

— Isadora, o que você pensa que tá fazendo?! — Gritou, me olhando com raiva. — Vai bater até na própria irmã? Perdeu completamente o senso?

Olhei pra ele. Depois olhei pra Lorena. Ri, sem humor:

— Lorena, eu não esperava que, com sua tenra idade, você fosse capaz de usar meios tão desprezíveis.

Caio me deu um tapa com força.

— Não admito que fale assim da Lorena!

Meu rosto ardeu. Fiquei com vontade de revidar, mas vi os convidados ao redor.

Era o jantar da família Duarte. Não podia fazer escândalo. Engoli a raiva e encarei os dois.

No canto dos olhos, Lorena sorria.

Caio, percebendo que tinha exagerado, tentou se aproximar. Mas o braço já estava preso por Lorena.

— Ai, Caio. Acho que entrou areia no meu olho. Vê pra mim?

Convidados que passavam olhavam pra nossa direção, cochichando:

— Aquela não é a filha mais velha da família Martins? Bater na irmã pra roubar homem? Que vergonha...

Caio olhou pra mim com desprezo:

— Isadora, pede desculpa pra Lorena agora. Que azar o meu ter me envolvido com uma mulher como você.
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