Epílogo 2

Judite arrastou os óculos escuros para cima, colocou Hónan no chão, se agachou atrás dele e olhou para a lápide em silêncio. A única coisa que tinha mudado era a vela, que substituímos por uma maior, mas dá mesma cor. Traduzi seu silêncio em concentração, como se ela tivesse a mesma conversa curta que tinha sempre que se agachava diante do túmulo de Beatriz, então não interrompi até que ela terminasse e se pronunciasse.

Também me agachei e deixei Pérola no chão, que se inclinou para se aproximar um pouco mais do laço rosa que chamara sua atenção. Era igual ao seu e se diferia do de seu irmão somente pela cor. Os únicos que emitiam sons eram os gêmeos, para além de alguns passarinhos. Os raios do início da manhã davam-nos banhos quentes, mas não o suficiente para nos salvarem do frio escondido em rajadas fracas. Judite deitou sua cabeça em meu ombro e continuou em silêncio, sem tirar seus olhos indecifráveis da lápide marcada de preto.

— Filh

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