O topo da minha boca estava seco, então passei lentamente a língua amarga enquanto girava meus olhos nas órbitas. Estava com tonturas e o estômago vazio, por isso preferi me manter de olhos fechados, mesmo que tivesse acordado havia bons minutos.
O lugar estava frio, razão pela qual me cobri até o pescoço e suspirei pesado. Ainda não tinha recuperado completamente a consciência nem as forças, mas assim que o fiz, abri os olhos como num despertar e sussurrei duas palavras para o quarto vazio:— Meus bebés. — minha fala desapareceu à um palmo da minha boca.
Meu olhar se marejou quando não me lembrei se tinha conseguido levar o segundo ao mundo. Com o peito apertado, comecei a chorar baixo e a tentar me recompôr. O ruído da porta sendo aberta teve minha atenção. Era minha mãe e trazia duas sacolas consigo.
— Olá! — seu sorriso me trouxe o aconchego de casa.
— Mamã. — suspirei e sequei os olhos — Como é que ele