Com duas caixas de presentes empilhadas sobre minha mão, bati a porta da casa da minha mãe e pigareei. Podia ouvir vozes abafadas, quando olhei para Cléo e a vi desembrulhar uma pastilha elástica.
— Você não tem gastrite? — indaguei.
— Tenho. — abriu sua boca e atirou a pastilha para dentro, sem tirar os olhos de mim — Mas sou viciada em pastilhas. — deu de ombros e segurou melhor a panela preta.
Dadi abriu a porta e sorriu assim que nos viu. Nos dando passagem, iniciou seu sermão por estarmos atrasados para a Ceia de Natal. Aparentemente, tinhamos sido os últimos a chegar.
— Eu tive que trabalhar, hoje.
— Até meio dia! — arqueou suas sobrancelhas quando sorri, sem saída.
— Desculpa! — a puxei para um abraço, seguido de um beijo em sua testa — Feliz Natal, mãe!
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