Ela ficou em silêncio e Lucas abaixou os cílios:
- Eu possuo 35% das ações, dou 20% para a Sofia e 15% para você.
Clara sentiu um gosto amargo na boca e não sabia o que dizer.
Ela era, afinal, aquela que sempre foi deixada para trás.
Na família do tio, por Simão e Lucas também.
Nunca ninguém realmente precisou dela.
Uma vez, alguém disse que ela era importante, mas sem hesitar, a abandonou.
- Clarinha, a saúde da Lavínia piorou porque ela abriu mão da carreira de pintora para cuidar de você. - Disse ele.
Com esse fardo de gratidão, Clara ficou paralisada instantaneamente.
- Se você não fosse minha filha, certamente não seria filha da Lavínia. Talvez o hospital tenha trocado os bebês na época do nascimento. Eu não sei se o bebê que a Lavínia deu à luz está vivo ou morto, onde ele está, mas quero que você descubra. - Lucas fechou os olhos cansado. - Minha vida está chegando ao fim. Quando saí do hospital desta vez, ouvi a conversa dos médicos. Só tenho mais seis meses de vida.
Cada palav