Julieta
A manhã havia começado cedo e sem trégua. Entre ligações, e-mails e documentos, mal havia tido tempo para respirar. Gostava de manter tudo sob controle, sem distrações desnecessárias.
Por isso, quando alguém bateu na porta, mal ergui os olhos da mesa.
—Entre —disse com voz firme, esperando que fosse minha assistente com os relatórios que havia pedido.
Mas em lugar disso, uma presença completamente diferente se fez notar.
—Bem, bem... olha só você. Tão ocupada como sempre.
Ergui o olhar e me deparei com Maximiliano apoiado na soleira da porta, com seu sorriso característico de autossuficiência e aquele brilho travesso nos olhos.
—Você com o dia livre e eu aqui trabalhando —soltei em tom de queixa.
—Bem, está na hora de eu descansar —respondeu com naturalidade enquanto adentrava no escritório sem pedir licença—. Então todos os ativos da minha futura esposa passam para o meu nome.
—Futura esposa? —arqueei uma sobrancelha, sem me incomodar em esconder minha incredulidade—.