7º capitulo

Em São Paulo...

Eduardo deu um salto assim que viu Suélen, Tiago olhou de canto para a garota, ela parecia ter crescido uns 20 centímetros e estava muito mais madura, maquiada e bem arrumada, Sebastien caminhou até ele de cabeça baixa.

- Foi uma tortura.

- Eu imagino, ela ta muito gata, como foi que ela cresceu assim? Tem certeza que só passou um ano?

- Nem me fale e além de gata, ela me odeia.

- Também pudera néh? O lance no palco foi pesado na época, ainda fico me perguntando como ninguém a reconheceu do videoclipe.

- Graças a Deus, se alguém a reconhecesse ai sim seria o fim, será que um dia ela vai voltar a me olhar como gente?

- Como gente ou como homem?

- Os dois.

- Como gente talvez, mas como homem, bem improvável... Mas você ainda é a fim dela?

- Sei lá cara, não sei se a fim é o termo certo, mas tipo, ela meche comigo eu só não sei se é por que tem algo ou se por causa do lance que a gente viveu.

- Ah, então vai dando um tempo ao tempo, logo, logo tudo se ajeita.

Érika entrou no quarto e abriu seu e-mail, na página do site a entrevista dos garotos da banda chamava a atenção, ela ficou olhando uns cinco minutos antes de clicar, por que de repente ela tinha medo de saber as respostas de Tiago? E se ele tivesse respondido que estava namorado? Como ficaria seu coração, aliviado ou destruído? Possivelmente aliviado, considerando que algo entre eles seria impossível, mas com certeza destruído, por que ela queria acreditar que era possível.

- Solteiro! – Gritou e comemorou - Ufa!

Ela fechou a página logo em seguida e saiu para fazer o jantar, agora que Angélica tinha voltado a pintar, o jantar da noite era com ela nas terças feiras, já que Marilza era dispensada nesse dia para ter uma folguinha, com isso acabou descobrindo que o pai era um bom cozinheiro por que volta e meia ele lhe ajudava.

Érika ouviu quando a campainha tocou, mas ignorou segundos depois ao ouvir que seu pai é quem tinha atendido, não demorou muito para ele entrar na cozinha com um ramalhete de flores.

- O vizinho te mandou flores, existe algo que eu deva saber?

Érika não acreditou no que tinha ouvido, olhou para as flores em cima da mesa e caminhou até onde o pai estava.

- Eu não acredito que aquele idiota me mandou flores!

Stefany entrou correndo e sorrindo.

- Uhu, Érika ganhou flores! Ta podendo hein... O Ike é um ótimo partido!

- Não estou procurando um bom partido e nada muda o fato dele ser ridículo!

- Na verdade ele é bem bonito, não tem nada de ridículo naquela cara de cafajeste...

Nicholas olhou para as duas e recolheu as flores.

- Chega de cafajestes nessa família, estou querendo um bom genro e não mais um neto sem pai, vou por as flores na água.

Érika segurou o pai pelo braço.

- Espera pai, na verdade tenho um destino melhor para elas.

Érika retirou o bilhete que ele havia enviado junto e escreveu outro, depois pediu para que o guardinha do condomínio entrega-se o buque.

Henrique não era do tipo de m****r flores, na verdade aquelas tinham sido as primeiras flores que mandava na vida, mas tinha visto nos filmes e sabia que dava certo, ou pelo menos ele acreditava que daria.

Passou sua vida inteira enterrado nos estudos e no trabalho, após a morte dos pais então ele afundou a cabeça de vez na ideia de reerguer a empresa dos dois, e conseguiu, porém deixou a sede nos Estados Unidos onde estava vivendo até ficar sabendo sobre a morte do irmão, se tinha algo do que ele se culpava era de ter largado Pedro para trás, ele nunca imaginou que o irmão seria capaz de cometer suicídio, não por causa da doença pelo menos, mas a verdade é que não era só por causa da doença, ou do status que ele tinha e acabou perdendo, ou pela falta de amigos verdadeiros, ou pela solidão, era por causa de tudo isso junto e misturado, ele tinha sido tão cego, enxergado apenas o próprio umbigo, sonhava em um dia voltar e levar ele consigo para o EUA, porém agora era tarde, se ele quisesse tudo que levaria seriam ossos.

Quando o porteiro tocou na porta ele logo imaginou que seria uma possível resposta de Érika, abriu a porta entusiasmado, mas seu sorriso desapareceu ao perceber que as flores tinham voltado.

- O que houve? Ela não estava em casa?

- Na verdade a mocinha mandou devolver, tem um bilhete para o senhor dentro, sinto muito.

Henrique dispensou o homem e fechou a porta, procurou pelo bilhete dentro do ramalhete de flores e as deixou sobre a mesa.

“Caro vizinho, me admira ter se lembrado de me enviar flores, mas agradeço, use-as para enfeitar o tumulo de seu irmão, já que serão as primeiras que ele irá receber de você”!

Henrique se sentiu envergonhado, ele tinha tentado fazer as pazes com a garota e agora tinha descoberto o quando era desprezado, sua intenção nunca fora dar em cima dela ou qualquer coisa do tipo, ele apenas imaginava que sendo ela amiga de Pedro seria bom conviver com alguém em quem ele confiava, mas pelo que ele tinha percebido seria muito mais difícil se aproximar daquela baixinha, o que ela tinha de pequena sem dúvidas ela tinha de enfezada, ah as mulheres brasileiras ele já tinha se esquecido do quanto elas eram bravas.

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