ALEXANDER HAMPTON
O cheiro de grãos de café recém-torrados misturava-se com o odor de serragem fresca e tinta. Fox&Maple. Meu santuário. Minha fortaleza.
Eu estava há vinte e quatro horas movendo-me quase que inteiramente por cafeína e pura força de vontade. A inauguração oficial era em uma semana, mas o "soft opening" para o bairro seria em dois dias, e o perfeccionista em mim estava em alerta máximo.
— Não, Maya, o tamper. — Falei, soando mais cansada do que eu pretendia. — Você não está aplicando pressão suficiente. Tem que ser firme, trinta quilos de pressão, uniforme. Se não estiver nivelado, a água cria canais e a extração fica...
— Amarga. — ela terminou, sorrindo. — Eu sei, Sr. Hampton. Desculpe. Eu só... fico um pouco nervosa quando o senhor está olhando.
Observei-a tentar novamente. Maya era jovem, talvez vinte e dois anos, com cabelos tingidos de um rosa desbotado e um piercing no nariz que, estranhamente, não violava o código de vestimenta que eu havia criado. Ela era,