Eu não procuro ser encontradoApenas quero me sentir (não) perdido
- Dormiu bem? – Alexandre pergunta, buscando meus olhos.
- Até que sim. – desvio o olhar, fingindo observar a paisagem correndo fora do ônibus.
- Não parece. – ele argumenta, inclinando-se para frente, de forma a ver meu rosto completamente. – Está com uma expressão triste. Não é? ...
Ele deixa a frase morrer, mas eu sei o que pretendia perguntar. Alexandre queria saber se eu estava tendo outra crise, mas eu sabia que não era isso. Eu sabia qual era o sentimento de ter uma crise, quais sensações eu experimentava durante o dia até chegar àquele ponto, e não era o que eu estava sentindo no momento.
- Eu estou... – hesito, pensando. – pensativo. – completo.
- Pensativo bom ou ruim? – ele sorri encorajador.