O diabo estava de ótimo humor. Era raro vê-lo assim — não porque lhe faltassem motivos, mas porque quando ele sorria demais… alguém sofria demais. E naquela noite, no limiar escuro entre mundos, ele teve uma ideia que fez até os demônios mais antigos estremecerem: usar ursos.
Usar o instinto mais primitivo da terra para fazer dançar aqueles que acreditavam ser os caçadores, mas que sempre foram — desde o começo dos tempos — a presa.
No silêncio que antecedia a lua cheia, o inferno inteiro suspendeu o ar.
— O PEQUENO GUERREIRO DO ALASCA
No Alasca, onde a neve adormece florestas inteiras e faz o céu parecer um deserto branco, havia um homem que todos chamavam de Wyatt — “pequeno guerreiro”, embora nada nele lembrasse coragem verdadeira. Era um sujeito que carregava em si uma escuridão espessa, um tipo de noite que não se desfazia nem ao meio-dia.
Ele chegava à sua casa de madeira com duas crianças, filhos de um amigo, sorrindo como se fosse apenas mais um dia de descanso. A neve rangia