Dois dias depois da festa de noivado, Ivy queria falar com Dante. Ela queria começar os preparativos do casamento e queria que seu noivo participasse junto com ela.
Seus sogros davam total liberdade e apoio para que ela fizesse o que desejasse. Disposta a falar com ele, ela ligou em seu celular, tocou uma, duas, três, mas Dante não atendeu. Ligou novamente e a ligação foi recusada. Ela não sabia o porquê ele estava fazendo isso, então ligou para a empresa. - Diretoria operacional em que posso ajudar? - Boa tarde Aurora, meu noivo está na sala dele? - Não senhorita, ele está em reunião no momento. Por isso ele não atendeu, pensou Ivy. - Sabe se vai demorar? - Creio que sim, estão com os fornecedores. - Ah está bem, obrigada. - Quer deixar recado? - Não, não precisa dizer que liguei, obrigada novamente. Disse desligando o telefone. Neste momento Ivy decidiu que seria melhor ir até a empresa e falar com Dante pessoalmente. Estava um dia bonito e passear um pouco faria bem a ela. Como sempre, se vestiu como uma perfeita dama, um vestido midi tubinho preto, com um terno preto, cabelo em rabo de cavalo alto e nos pés um scarpin bege, uma leve maquiagem com um batom nude. Perfeita para uma visita a uma empresa, que também seria sua no futuro próximo. La Belle era uma das empresas da família Salvatore, uma empresa da indústria de lingeries, criada pelo avô de Dante, passada para Arthur que ainda era o CEO e futuramente passaria para Dante. Empresa que começou pequena, com uma pequena lojinha e com o passar do tempo se tornou grande e muito conhecida. Arthur pretendia passar o cargo para Dante após o casamento. Esse era o combinado entre pai e filho. Após o casamento Ivy também seria dona da empresa, e pretendia participar do dia a dia da empresa, estando mais próxima de Dante. E assim confiante em encontrar o noivo, se dirigiu até a grande torre espelhada que sediava a empresa dos Salvatore. Ao chegar na empresa teve uma leve surpresa ao ver Ellie no meio do corredor, de frente ao elevador com uma pasta na mão e um crachá pendurado ao pescoço. - Ellie, que surpresa, o que faz aqui? - Questionou tocando no ombro da prima que até o momento, não percebeu a chegada de Ivy. - Oi prima, eu trabalho aqui. - Respondeu de forma envergonhada para Ivy, abaixando os olhos. - Desde quando? Dante nunca me disse nada. - Perguntou de forma desconfiada, sentindo suas orelhas queimarem. - Ah prima, ele não tem que te dizer o que faz na empresa dele. Eu estou aqui há um ano. - Respondeu de forma debochada a prima que não fazia ideia que ela estava ali há tanto tempo. - Um ano!? Que absurdo. - Absurdo por que? Não posso trabalhar na empresa do meu amigo? - Você é minha prima e ele meu noivo. Acho que eu teria sim que saber disso. Nem tudo que acontece no mundo lhe diz respeito Ivy. - Disse Ellie revirando os olhos enquanto respondia sem paciência o questionamento da prima mais nova. O elevador chegou e ambas entraram nele. Para evitar discussão, Ivy calou-se, mas dentro de sua cabeça passavam vários motivos de porque ela não sabia que Ellie estava ali. E não querendo ouvir seu coração que se sentia traído, preferiu questionar Dante antes de tudo. Dim! O elevador parou no 8° andar, setor operacional, a gerência de Dante. As duas saíram do elevador lado a lado em direção a sala dele. Ellie sem nem ser anunciada entrou na sala, Ivy sem perder tempo seguiu a prima entrando também. - Vim te trazer uns papéis, você tem visita. Disse ela antes que Ivy adentrasse a sala. Ao ouvir isso Dante levantou sua cabeça e olhou para a porta. Quando viu sua noiva entrar, abaixou a cabeça novamente e bufou revirando os olhos. - Oi, vim te ver e fazer algumas perguntas. Disse ela com um grande sorriso no rosto. Sorriso este que ela só tinha para Dante, pois ele era o motivo de seus sorrisos. - Que perguntas? Seja breve, estou trabalhando. - Disse ele sem olhar para ela, pegando da mão de Ellie os papéis que teria que assinar. - Eu espero você terminar, é particular, não quero que outras pessoas ouçam. - Disse ela sentando na cadeira na frente da mesa de Dante, olhando para sua prima de forma esnobe. - Se é particular, deveria me esperar em casa, aqui não é lugar para isso. Aflita em seus pensamentos, sem esperar disparou a pergunta que fez Dante prestar a atenção nela. - O que a Ellie está fazendo aqui? Por que você a contratou? - Ela está trabalhando, eu precisava de uma pessoa para o operacional comigo. - Por que eu não fiquei sabendo disso antes? Eu poderia estar aqui trabalhando com você. Ao ouvir a suposição de sua noiva, Dante começou soltou a caneta que estava em sua mão, se apoiando no encosto da cadeira e começou a rir de forma irônica e pediu para que Ellie saísse da sala. - Você, trabalhar comigo? É uma piada? - Não, porque seria? Neste momento ele se calou, levantou de sua cadeira e andou em direção a Ivy que estava sentada à sua frente. - O que faz você pensar que eu quero você aqui? - E porque eu não fiquei sabendo que ela está aqui antes? - Perguntou novamente, ela queria saber a verdade. - Eu não tenho que te dizer o que faço na minha empresa. Agora vai embora, eu tenho que trabalhar. - Você não me respondeu Dante! - E não vou responder! - Disse alterando a voz, batendo na mesa. - Por que não me escolheu no lugar dela? - Não te devo satisfação! Agora saia! - Aos berros ele apontou para a porta de sua sala. Ouvindo Dante falar com ela desta forma grosseira, Ivy se levantou e saiu correndo da sala sem olhar para trás. Ela não teve suas respostas, estava se sentindo chateada, queria chorar mas não podia deixar as pessoas verem seu lado mais fraco. Ela decidiu então não contar com Dante para os preparativos do casamento, ele não parecia estar disposto a gastar tempo com ela para os preparativos. Então ela faria tudo sozinha, ela já sabia de todos os gostos de Dante, montar o casamento seria fácil, usaria o dinheiro que seus sogros deram e tudo seria pago pelos Salvatore. Já que seu noivo havia dito que não devia satisfação a ela, ela também não devia a ele. Começou a preparar e escolher tudo do casamento, a decoração ela queria que fosse chamativo e vibrante, assim como Dante gostava, então escolheu o vermelho, os convites em papel vergê escrito com letras douradas selado com o brasão da família Salvatore. O cardápio continha tudo do mais fino e requintado, os vinhos estavam divididos entre os da vinícola Salvatore e importados. Teria uma orquestra que tocaria durante a festa, e a valsa do casal seria dançado em um palco redondo no centro do salão. A igreja seria toda decorada com rosas vermelhas e flor de laranjeira. Com torres de vidro com velas acesas dentro e no topo pequenos buquês formando o caminho até o altar. No chão estaria estendido o tapete branco contrastando a decoração vermelha. As alianças foram escolhidas em 06 milímetros, cravejadas de pequenos diamantes. Ivy pensava em cada detalhe e no fim da primavera seu casamento estava pronto. Somente aguardando o primeiro dia de verão, que seria o dia de seu casamento. Ela estava ansiosa, agitada e animada. Logo estaria casada com o amor de sua vida, e nada e nem ninguém poderia separá-los.