Vitória sentiu a palma da mão do homem, seca e forte, e sua expressão ficou um pouco desconfortável.
Ela queria muito retirar sua mão, mas Solange mantinha as mãos dos dois firmemente unidas, como se estivesse dando suas últimas instruções:
— Se acontecer algum imprevisto durante esta cirurgia, vocês dois precisam ficar bem juntos. Agora que já têm um filho a caminho, não podem continuar como antes.
Ao ouvir as palavras de Solange, Vitória sentiu um nó na garganta:
— Vovó, nada vai acontecer com a senhora. Afinal, a senhora ainda precisa ver o nascimento do bebê.
Solange sorriu com satisfação:
— Sim, vou ver esse bebê nascer com meus próprios olhos.
A garganta de Vitória se moveu sutilmente. Embora todos pensassem que ela estava fingindo estar grávida para convencer a avó a fazer a cirurgia, só ela mesma sabia que a gravidez era verdadeira.
O homem ao seu lado falou em voz baixa:
— Vovó, vou cuidar bem dela e do bebê, não se preocupe tanto.
Ao ouvir isso, um lampejo de escárnio passou