ABU DHABI
Keith Quando abri os meus olhos, fiquei em extrema confusão olhando ao meu redor, ainda estava um pouco tonta. Estava deitada e ao erguer o meu pescoço observei que era em uma enorme cama e não só isso, ao reparar melhor, percebi que estava deitada em uma cama de uma luxuosa suite, por um momento contemplei todo o luxo da decoração. Porém fui lembrando de quando iria trabalhar, lembrei da abordagem daquele rapaz que se dizia perdido e confuso, lembrei de tudo dos últimos momentos antes de ter a consciência apagada. E o pânico se apoderou de mim. "Onde estou?" Comecei a gritar. -Meus Deus, socorro. O que é isso? Levantei rapidamente da cama procurando minha bolsa. "Polícia. Isso é um sequestro. " -Tenho que chamar a polícia. - Enquanto procurava no desespero. Sem sucesso, me aproximou da porta, e girando a maçaneta percebi que estava trancada. -SOCORRO!!!! Tem alguém ai, por favor me deixem sair. -comecei a esmurrar a porta e a gritar mais forte. -Tem alguém me ouvindo, me tirem daqui, por favor, socorro. ***** Zahir Estava em meu escritório com Nahan, quando Amir deu um toque na porta. -Sim entre Amir.-disse para ele. -Senhor, é aquela moça, parece que acordou e esta fazendo um escândalo dentro do quarto. No mesmo instante me levantei da poltrona entregando a pasta para Nahan. -Me aguarde aqui, eu já regresso. -Sim senhor. -respondeu Nahan. ***** Keith Já tinha desistido, minas mãos doíam por conta dos murros na porta e já estava rouca de tanto gritar. Me sentei na cama e resolvi me acalmar e pensar comigo mesma. “Calma Katherine assim não vai resolver nada, calma, uma hora abrirão essa porta e eu vou sair.” Terminava de pensar, quando escutei um barulho seguido da maçaneta da porta girando. Virei o rosto e vi entrar um homem, moreno alto e robusto, tinha um porte imponente e charmoso e uma beleza exótica e atraente que qualquer mulher se derreteria só de olhá-lo. O olhei boquiabierta. -Quem é você ?? O que estou fazendo aqui??? Por que me sequestrou? O que quer comigo?? Eu não tenho dinheiro??? Pelo amor de Deus me libera. -Você faz muitas perguntas. - foi só o que ele disse. Notei que aquele homem tinha um sotaque diferente. Não era um inglês. -O quê? Eu faço muitas perguntas? Fui sequestrada do nada, pois não sei nem o motivo e estou conversando com o meu sequestrador neste exato mom... -Onde esta James? - Ele me perguntou interrompendo e ignorando o que eu estava dizendo. -Como? James? -Não se faça de idiota ou inocente, anda fala. A princípio não soube entender mas depois que captou a mensagem, me desesperei. -Meu pai? O que aconteceu com ele? Onde está meu pai? -Eu é quem pergunto. Onde ele está ?- Ele me devolveu a pergunta arqueando a sobrancelha. -Mas eu não sei.-respondi tremendo. -Não banque a esperta comigo menina.- Ele começava a ficar nervoso, pois havia uma certa irritação na voz. -Eu juro que eu não sei. -comecei a chorar. -Eu não sei, eu não sei. -Mas é o seu pai, e ele mora com você, ou vai negar? - ele cruzou os braços. - E limpa esse rosto, não quero ouvir choradeira. -Sim, mas já faz mais de um mês que eu não tenho notícias dele. - disse tentando limpar meus olhos. -É mesmo é? Então você não faz ideia de onde ele esteja? .- Ele perguntou com ironia, e isso fez com que eu parasse de chorar e ficasse com raiva. -Escuta aqui, seu sequestrador, eu não sei onde meu pai está, mas vou dar queixa de seu desaparecimento e de meu sequestro. -disse com firmeza e passando por ele em direção a porta. -Onde você pensa que vai? -Não lhe devo explicações, não tenho sequer porque permanecer aqui.-respondi raivosa. -Ai é que você se engana. -Ele me agarrou pelo pulso e me puxou. -Daqui você não sai enquanto não responder as minhas perguntas. -Me larga seu maldito. -disse enquanto contorcia o meu braço tentando me soltar. -Vai ficar aqui até quando eu quiser. -Por quê? - perguntei. - Já disse, que eu não sei onde está meu pai. -Pois é, então vai ficar aqui até o seu papai aparecer. - respondeu me soltando. -Eu já disse, e vou dizer pela última vez que eu não sei onde ele está. E outra, o que ele fez? O que ele fez com você, para você esta me fazendo tudo isso? -Você não imagina?? -dessa vez ele não pareceu ter sido irônico. -Não. Eu juro, me diga, eu vou tentar ajudar localizando ele. -Como? Se tem mais de um mês que você não tem notícias dele?? Fiquei calada. Então ele prosseguiu. -Seu pai e seus cúmplices arquitetaram um plano para roubarem uma de minhas propriedades em Abu Dhabi, levaram um pouco mais de 1 milhão de dólares. Fiquei completamente sem fala, tentando assimilar as palavras que aquele homem parado em minha frente disse. Tremendo não conseguia acreditar. Como meu pai seria capaz???? -Não é possível. Meu Deus.- estava em negação. -Isso é mentira. -Claro que é possível. E não é nenhuma mentira, é a mais dura verdade. Respirei fundo e disse para ele. -E o que quer de mim? O que vai fazer comigo? Vai se vingar do meu pai através de mim? -Talvez. Eu não consegui decifrar o que ele planejava, a expressão dele era muito enigmática, era bem impossível decifrar. Será que me trancaria em um quarto escuro, sem água e sem comida ou me torturaria. Comecei a me arrepiar desesperada só de pensar. -Estou vendo que você é um homem flexível, integro..... olha , me escute , por favor, me deixe ir, assim que eu tiver notícias do meu pai eu lhe aviso. -Deixar você ir?. Ele me olhou vendo que esboçava um sorriso forçado. Essa menina não fazia ideia do que essa aparente ingenuidade despertava nele. -Sim por favor. Eu juro que vou colaborar. -Mas é claro que não, vai ser em você que irei cobrar toda essa dívida.- e o meu pequeno sorrisinho sumiu, então olhei para ele confusa e nervosa. -Co..cobr...brar em mim? O q-que quer di-dizer com isso? A a dí..di..vi.da?? Co..brar como?? - tremia o tempo todo, gaguejando e me atrapalhando nas palavras. Se a situação já estava ruim, agora temia ficar pior. De onde eu tiraria um milhão de dólares para pagar ele? E outra, ainda estava em negação. Meu pai jamais faria isso. Continuei olhando para ele, tentando decifrar suas feições. O que será que ele estava planejando? Em um instante ele me agarrou pelos braços. -Não seja tão curiosa Habibi, pois garanto que desejaria não saber. -Como? Como? Por favor, eu não entendo. - Tentei me soltar, mas foi em vão, suas mãos eram grandes e fortes e me seguravam com firmeza. -Você agora é minha propriedade, é minha garantia para encontrar o paradeiro de James. - Apertou ainda mais os meus braços e com muito mais força. O seu olhar estava fixo nos meus e o rosto bem próximo. -Você agora é minha.