O tempo que separa um suspiro da morte e um suspiro da vida é menor do que um piscar, e ainda assim cabe um mundo inteiro ali dentro.
A tocha descia. O brilho laranja lambeu o ar, pronto para devorar a madeira e a palha da pira. Beatrice sorriu com os dentes fechados, já sentindo o poder da escolha da alcateia correr por suas veias, ela era a nova alfa.
E então, de repente, parou.
Não porque ela quis.
Mas porque uma mão segurou seu pulso no ar.
Uma mão quente, firme, real.
O jardim inteiro perdeu o chão. As cabeças se voltaram num movimento só, enquanto os olhos se arregalaram todos juntos, todos surpresos. Trash parou de gritar e se debater, e Liza encarou a pira com a boca entreaberta, desacreditada.
A mão apertou mais, Beatrice soltou um “ah” fraco, e, finalmente, olhou para quem a prendia.
Killer.
Estava sentado, suado, respirando, os olhos vermelhos faiscando como fogo vivo, os cabelos colados na testa. A faixa clara do pescoço tinha escorregador quando ele levantou, e sua pele