Meu peito apertou na hora. E, honestamente? Se Rodrigo Ferreira ainda tivesse um coração batendo dentro daquele peito rígido, aquilo ali… com certeza atingiu ele também.
Ela ainda tremia nos braços dele, com o rostinho afundado no ombro do pai, e eu fiquei ali, parada, sentindo meu coração bater rápido demais. A cena toda parecia suspensa no ar, como se o mundo estivesse esperando a reação de Rodrigo Ferreira.
Ele ficou alguns segundos calado, respirando fundo. Sua mão subia e descia nas costas de Laura, lenta, pesada, quase automática. Quando ele finalmente se moveu, seu olhar caiu em mim.
Frio. Duro. Cortante.
Eu engoli seco.
Ele colocou Laura no chão com um cuidado que contrastava com a tensão visível no seu maxilar. A menina correu para se esconder atrás da perna dele, ainda fungando. Rodrigo deu um passo à frente.
E veio na minha direção.
Meu corpo enrijeceu na hora.
Ele parou tão perto que eu senti o cheiro do seu perfume caro, amadeirado e limpo igual ao dono. Meu estômago se