Foi uma surpresa para Belém quando atravessou o portão do seu prédio e viu o carro de Jean estacionado ali em frente, mas uma surpresa boa.
Belém queria poder negar que gostou daquilo, mas não conseguia porque o sorriso em seu rosto o denunciava sem dó. Era a primeira vez que tinha alguém que fazia aquele tipo de surpresa, o pegar em frente a sua casa para levá-lo até o trabalho. Primeira vez que sentia que alguém estava pensando nele.
Durante o caminho, os dois conversaram sobre os últimos acontecimentos e acabaram caindo em uma sinuca sem bico entre suas opiniões. Belém desconfiava muito da caridade de Teodoro, chegava ao ponto de não esconder mais e Jean estava no lado contrário, ele não achava estranho o interesse do empresário em querer ajudar o instituto e aquelas crianças.
— Não é você que diz que aqueles três são especiais? — perguntou o médico enquanto dirigia.
— Sim, mas… Ainda é estranho. Se não fosse só com eles, mas com todas aquelas crianças, mas só com eles… — comentou